Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Surgiram novos pormenores
sobre os momentos de pânico que levaram ao cancelamento da 3ª etapa da Volta à
Holanda 2025, com Cees Bol (XDS Astana Team) a descrever uma sucessão de
incidentes perigosos que deixaram os ciclistas sem alternativa senão de parar a
corrida.
“Podia
ter acabado muito mal”
Em declarações ao WielerFlits,
o sprinter holandês revelou que o pelotão tomou a decisão conjunta de
interromper a etapa após vários "quase acidentes" em estrada aberta,
incluindo uma situação de extremo risco quando uma carrinha com um atrelado
apareceu em contramão numa descida que o pelotão estava a fazer a alta
velocidade.
“Houve alguns momentos que
podiam ter acabado muito mal e foi aí que traçámos a linha”, contou Bol. “O
mais crítico aconteceu numa descida rápida e estreita, quando uma carrinha
enorme com um atrelado apareceu de frente para nós. Na frente do pelotão evitou-se
o acidente por centímetros. Podia facilmente ter tudo terminado de forma
trágica.”
Bol revelou ainda que esse
incidente não foi caso isolado. Logo no início do dia, já tinham sido vistos
mais carros durante o percurso, aumentando a tensão e a insegurança entre os
ciclistas.
“Esse nem sequer foi o
primeiro carro que apareceu no percurso”, lamentou. “Os outros casos foram
menos dramáticos, mas simplesmente não deveriam acontecer. Claro que todos
queríamos correr, mas a segurança vem em primeiro lugar. Quando se chega a um
ponto em que há risco de vida... é um limite que não se pode ultrapassar.”
A decisão
de parar: “Foi o correto”
Apesar da frustração geral,
Bol elogiou a resposta rápida da organização e o apoio unânime do pelotão à
decisão de parar a corrida.
“Estou satisfeito com a
organização da Volta à Holanda e espero que a corrida possa continuar no
futuro. É uma ótima iniciativa”, disse. “Respeito o facto de os organizadores
terem tido a coragem de parar a corrida e protegerem os ciclistas. É uma pena que
tenha terminado assim, mas foi a decisão correta.”
O diretor da prova, Thijs
Rondhuis, confirmou que 25 agentes de trânsito não compareceram ao serviço, o
que deixou partes da secção neutralizada sem qualquer segurança. A ausência
desses elementos das forças policiais acabou por tornar impossível garantir a
integridade do percurso, levando ao cancelamento da etapa.
Rondhuis admitiu que o caso
reflete um problema mais amplo nas corridas holandesas, onde a falta de apoio
policial total torna cada vez mais difícil garantir a segurança operacional.
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