quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

“Boa prestação da Óbidos Cycling Team no Sharjah Tour”


Por: Helena Dias

A Óbidos Cycling Team finalizou esta quarta-feira a sua primeira competição fora do continente europeu, o Sharjah Tour, celebrado num dos sete Emirados Árabes Unidos, no continente asiático. Na prova UCI 2.2, a Óbidos Cycling Team mostrou-se a um bom nível com dois dos seus mais jovens ciclistas a fecharem no Top 15 da classificação da juventude: Diogo Pinto em 12º e Diogo Saleiro em 15º lugar.

Na corrida de seis dias e cinco etapas, a equipa da Região Oeste conseguiu mostrar o seu valor num pelotão que reuniu 27 formações entre Seleções Nacionais, Equipas de Clube, Continentais e ProTeams. A Óbidos Cycling Team foi 14ª entre as 22 classificadas por equipas e destacou-se logo na primeira jornada com um dos novos integrantes, o britânico Theodor Obholzer, de 24 anos, a fechar o primeiro dia na 7ª posição.


Também na quarta jornada, a etapa-rainha que se decidiu na subida final a Khor Fakkan, de 6 quilómetros de extensão a 8% de pendente média e rampas a 10%, a Óbidos Cycling Team conseguiu sobressair com os seus mais jovens ciclistas a resistirem à exigência de ritmo imposta na frente da corrida e conseguindo terminar o dia com João Silva, Diogo Pinto e Diogo Saleiro a serem o 5º, 7º e 9º melhores jovens na meta.

A próxima competição da Óbidos Cycling Team será já no domingo, dia 4 de fevereiro, a Prova de Abertura – Região de Aveiro, que dará início à época portuguesa de estrada.

 

Theodor Obholzer:

 

“O Sharjah Tour foi a minha primeira corrida com a Óbidos Cycling Team. Foi um bom começo de ano numa corrida por etapas. Para mim a melhor etapa foi a primeira, onde acabei em 7º, sendo 4º no grupo em que disputei o sprint com uma fuga de três corredores na frente. Foi uma boa corrida com ciclistas fortes. Foi bom para conhecer mais a equipa e começar a trabalhar juntos. O staff foi extraordinário com tudo muito bem organizado e estou desejoso pelo resto do ano para tentar ganhar algumas corridas importantes e conseguir pontos UCI”.


 

Diogo Pinto:

 

“Foi uma experiência bastante produtiva. Tivemos contacto com equipas que não estamos habituados a correr em Portugal, algumas das melhores equipas Continentais europeias e duas Pro Teams, um pelotão com equipas de outros continentes, e não sabíamos bem o que cada um valia. Foi uma surpresa, o que foi bom para aprendermos a correr outro tipo de ciclismo, noutras estradas, num terreno muito plano, que não nos favorece tanto. Mas nunca virámos a cara à luta e fomos sempre ambiciosos e a querer sempre mais. Em relação à corrida, foi pena o tempo que perdemos nos abanicos, porque sem esse tempo perdido conseguíamos estar dentro do Top 10 da juventude. Mas faz parte do ciclismo e temos de aprender com os erros. Temos uma equipa bastante polivalente, ciclistas para todo o terreno e vamos trabalhar para mostrar o nosso valor nas próximas corridas”.

 

 

Micael Isidoro, diretor-desportivo:

 

“Tivemos uma prestação muito positiva no Sharjah Tour, com várias Seleções Nacionais e equipas com bom nível. A Óbidos Cycling Team portou-se bem. Penso que o resultado podia ter sido diferente em termos desportivos, se no primeiro dia não tivéssemos sido surpreendidos no quilómetro 0, havendo ataques na partida simbólica, que partiram o pelotão em quatro grupos. Este facto, somado aos ventos laterais, acabou por ditar os lugares finais. Penso que o momento-chave foi esse, senão podíamos ter estado na discussão de lugares cimeiros, como aconteceu na primeira etapa. Acabou por ser uma boa experiência, dignificamos as cores da equipa e o país. Dá-nos motivação e força para continuarmos a trabalhar, a querer mais e melhor”.

 

Classificação Geral Final:

 

1º Gal Glivar (UAE Team Emirates Gen Z) 11h03m01s

2º Miguel Heidemann (Team Felt Felbermayer) +22s

3º Anatoliy Budyak (Terengganu Cycling Team) +37s

47º Theodor Obholzer (Óbidos Cycling Team) +17m23s

55º Diogo Pinto (Óbidos Cycling Team) +20m00s

64º Diogo Saleiro (Óbidos Cycling Team) +22m57s

68º Mikel Mujika (Óbidos Cycling Team) +23m13s

98º João Silva (Óbidos Cycling Team) +38m05s

109º Sam Clark (Óbidos Cycling Team) +45m58s

 

Geral Juventude:

 

1º Gal Glivar (UAE Team Emirates Gen Z)

12º Diogo Pinto (Óbidos Cycling Team)

15º Diogo Saleiro (Óbidos Cycling Team)

22º João Silva (Óbidos Cycling Team)

 

Geral Pontos:

 

1º Pierre Barbier (Philippe Wagner/Bazin) 76

25º Theodor Obholzer (Óbidos Cycling Team) 10

 

Geral Equipas:

 

1ª Burgos-BH 33h11m40s

14ª Óbidos Cycling Team +48m51s

Fonte: Equipa Ciclismo Oeste Cycling Team

“O pensamento do dia…”

 

 


“Ciclista Daniel Lima da equipa da Israel-Premier Tech renova por mais um ano”


Por: José Morais

Foto: Instagram de Daniel Lima

O ciclista Daniel Lima que está atualmente na equipa da Israel-Premier Tech, renovou por mais um ano, mantendo assim a competição no estrangeiro, o ciclista com 19 anos de idade, já participou em 2023 em provas de elites.

O jovem ciclista português, vai assim manter-se mais uma época a competir alem fronteiras, no projeto da Israel-Premier Tech Academy, depois de ter criado experiência na Bairrada, e para onde se mudou no final de 2022, Daniel Lima, temos de relembrar que em 2023 já participou em provas de elite, estando ao lado de Jakob Fuglsang e Chris Froome, estando ainda a competir nos sub-23, onde vai conquistando experiencias, porem, já foi chamado a fazer parte da formação da elite em diversas provas em 2023, e mantem a perspetiva de que o mesmo posso acontecer na época de 2024.

“Município de Mortágua continua ao lado da equipa da casa, Tavfer - Ovos Matinados – Mortágua”


O município de Mortágua reafirma o seu compromisso e apoio contínuo à equipa Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, consolidando uma parceria que perdura por mais de duas décadas.

O Município de Mortágua apoia o projeto desde a sua conceção, uma parceria sólida que perdura há 25 anos. A ligação especial entre o município e a equipa Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua é reforçada pelo facto de a equipa ter a sua sede em Mortágua, uma decisão que reflete a origem do seu fundador, Pedro Silva, natural de Mortágua.

Esta é uma relação intrínseca, entre o projeto fundado em Mortágua e a comunidade local. Destaca o compromisso mútuo e a importância de promover o desporto no âmbito municipal. Ao longo de um quarto de século, o Município de Mortágua tem desempenhado um papel crucial no apoio contínuo ao projeto, contribuindo para o seu crescimento.

Ao continuar a apoiar a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, o município demonstra o seu compromisso com o desporto e a celebração de valores fundamentais que transcendem as barreiras do tempo.

Fonte: Equipa Ciclismo Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua

“Nova publicação a partir de 1 de fevereiro…”


País Magazine

 

Por: José Morais

A partir de 1 de fevereiro, a Revista Notícias do Pedal vai lançar um novo suplemento, será uma publicação generalista, onde vai abordar uma grande diversidade de assuntos e notícias diversas, denominado de “País magazine”,

Vamos assim divulgar tanto a atualidade, como recordar momentos antigos, esperemos que seja do vosso agrado.

Este novo projeto, a partir de 1 de fevereiro pode ser seguido em:

 

Blogue: https://paismagazine.blogspot.com/

Facebook: https://www.facebook.com/paismagazine

YouTube: https://www.youtube.com/@PaisMagazine

E-mail: paismagazine06@gmail.com

“IBF-Festival italiano de bicicleta”


Por: Cinzia Di Rosa

Novo site de “La Gialla” está on-line em 2024 com um novo formato e muito mais registos agora aberto para eventos de ciclismo de 13 a 15 de setembro em Misano Adriatico, introduzindo o passeio em família e inscrição de equipa para Estrada e Cascalho

As inscrições de 2024 estão abertas. O novo site La Gialla Cycling está online em https://giallacycling.com/en/  entre os seus objetivos está promover o "slow cycling" para saborear a experiência da bicicleta juntamente com a descoberta do território e das suas peculiaridades, incluindo a gastronomia.

Inúmeros "cantos de sabor" espalhados ao longo das rotas de Estrada e Cascalho convergirão na grande área de refresco em Montefiore Conca, onde os ciclistas podem desfrutar de iguarias locais.

La Gialla Cycling, a programação dos eventos de ciclismo do IBF-Festival Italiano de Bicicleta é renovada para entrar plenamente no espírito participativo que caracteriza a maior exposição na Itália dedicada ao mundo do ciclismo, de 13 a 15 de setembro de 2024 pela terceira vez consecutiva no Misano Word Circuit Marco Simoncelli.

Fonte: Meneghini & Associati Inventia

“Agenda de Ciclismo”


Prova de Abertura marca arranque da época nacional de estrada

 

Por: Vasco Moreira

A época nacional de estrada terá o arranque oficial já próximo fim de semana, com a habitual Prova de Abertura - Região de Aveiro, agendada para domingo. Antes, no sábado, as equipas e o calendário serão apresentados na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha.

Ao longo da tarde de sábado, as equipas serão apresentadas numa cerimónia que vai lançar a próxima época nacional de estrada, entre as 17h e as 19h. A Cerimónia de Abertura da Época de Ciclismo 2024 terá transmissão em direto no YouTube e no Facebook da Federação Portuguesa de Ciclismo.

No domingo, os ciclistas vão para a estrada na já habitual Prova de Abertura - Região de Aveiro, que vai ligar Oliveira do Bairro a Sever do Vouga, passando por todos os concelhos da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA). A partida está agendada para as 12h e a chegada para as 16h10.

O percurso desta edição é maioritariamente plano e não apresenta, aparentemente, um elevado nível de dificuldade. No entanto, a chegada conta com uma subida nos últimos três quilómetros, já em Sever de Vouga, que pode dificultar os planos dos sprinters em prova.

 

Mais eventos oficiais

 

3 de fevereiro: Passeio Solidário SABGAL/ANICOLOR, Santa Comba Dão

4 de fevereiro: 1ª Taça Regional XCM - 15º ROTA Btt BESOUROS, Sepins

4 de fevereiro: Raid das Masseiras 2024, Estela

4 de fevereiro: Passeio Cicloturismo nas Terras de Santa Maria, Tavira

Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

“O pensamento do dia…”

 


“Primeira etapa cancelada Etoile de Bessèges”


Por: José Morais

Foto: Cor Vos

Esta quarta-feira, a 54ª edição do Etoile de Bessèges era para começará em Bellegarde, pelo menos, era esse o plano, porem, a etapa de abertura foi cancelada devido a um grande protesto de agricultores, fontes confirmam isso à WielerFlits.

A 54.ª edição do Etoile de Bessèges estava marcada para começar na quarta-feira, em Bellegarde, com a chegada da etapa de abertura também a ser nesta cidade, a cerca de vinte quilómetros de Nîmes, a etapa planejada tem pouco mais de 160 quilómetros de extensão e acontece em estradas relativamente planas, embora a final seja muito difícil, de fato, o final está localizado numa inclinação curta, mas difícil, com de cerca de 800 metros a 7%.

No entanto, não teremos uma grande disputa entre os fortes velocistas, já que a organização é obrigada a cancelar a etapa, no departamento francês de Gard, os agricultores programaram organizar greves em grande escala esta quarta-feira, com a organização do Etoile de Bessèges a não ter capacidade policial suficiente para lidar com isso, e ainda administrar a corrida.

“Rui Oliveira foi 14.º na primeira etapa do AlUla Tour”


Casper van Uden, holandês de 22 anos, lidera a prova

 

Por: Lusa

Foto: Instagram Rui Oliveira

O ciclista português Rui Oliveira (UAE Emirates) foi esta terça-feira 14.º classificado na primeira etapa do AlUla Tour, antiga Volta à Arábia Saudita, sendo 17.º na geral.

Rui Oliveira foi 14.º no final dos 149,5 quilómetros com início e final em Al Manshiyah, onde o ciclista holandês Casper van Uden (dsm-firmenich) se impôs ao sprint diante do compatriota Dylan Groenewegen (Jayco AlUla) e do belga Tim Merlier (Soudal Quick-Step), respetivamente segundo e terceiro com as mesmas 03:18.45 horas do vencedor.

Na geral, Casper van Uden, de 22 anos, lidera com quatro segundos de vantagem para Groenewegen e seis sobre Merlier, graças às bonificações distribuídas na meta, com Oliveira em 17.º, a 10.

O seu irmão gémeo Ivo, também da UAE Emirates, foi 43.º na tirada e ocupa a 45.ª posição da geral, também a 10 segundos do jovem da dsm-firmenich.

Na quarta-feira, a segunda etapa liga o Winter Park de AlUla à reserva natural de Sharaan.

Fonte: Record on-line

“Rafael Silva fez 11 análises para detetar anomalia”


Ciclista surpreendeu ao anunciar o fim da carreira, aos 33 anos

 

Por: Ana Paula Marques

Rafael Silva surpreendeu ao anunciar o fim da carreira, aos 33 anos, devido ao facto de ter sido notificado pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) num “processo por eventual uso de métodos proibidos” e cuja análise foi recolhida...em 2015.

Ao nosso jornal, fonte da ADoP explicou que o ciclista foi submetido a 11 análises pelo menos desde 2015, que traçaram o seu perfil. E na comparação entre todos os dados foi então detetada a suposta anomalia nas análises recolhidas há nove anos, que levará à suspensão de Rafael Silva, que para já poderá ser provisória.

Em comunicado, Rafael Silva disse estar inocente, mas referindo que vai acatar a decisão da ADoP. “Encerro agora um ciclo. Saio com tristeza no coração, mas de consciência serena e certo de que esta é a decisão que devo tomar. A vida continua, agora fora da competição, mas sempre em cima da bicicleta”, confessou o ciclista gaiense, que correu nas duas últimas épocas na Efapel de José Azevedo, sendo que em 2015 competia na outra Efapel, agora a Sabgal-Anicolor.

Fonte: Record on-line

“Águeda aplaude Sabgal / Anicolor em dia de apresentação com casa cheia”


O Município de Águeda vestiu-se hoje, dia 29 de janeiro, de Amarelo Flúor, para receber a Apresentação Oficial da Equipa Profissional de Ciclismo Sabgal / Anicolor, que teve lugar no Centro de Artes de Águeda, perante um auditório cheio e que aplaudiu a formação que vai para a estrada em 2024, com um novo principal patrocinador, a Sabgal. A estrutura do Clube Desportivo Fullracing, que tem sede em Águeda, cresceu e está mais ambiciosa, sendo objetivo criar uma equipa de ciclismo portuguesa de referência no cenário internacional, para alcançar novos patamares. 

Antes de ser dada a conhecer a Equipa Profissional, quem inaugurou o palco foram as estrelas mais jovens, da Academia Fullracing – Águeda, um projeto de formação que tem crescido e que em 2024 vai ter os escalões de Escolinhas e Cadetes. Coordenada pela aguedense Vânia Baptista, a Academia conta atualmente com 30 crianças que participam em várias provas nas vertentes de Estrada e BTT e vai dar início à sua terceira temporada. 

A partir daqui todas as atenções ficaram concentradas nos profissionais. Antes de virem a palco foi apresentado o calendário para 2024, bem ambicioso, onde há uma aposta nas corridas internacionais, tendo em conta o plantel que foi construído com esse objetivo. Além das provas do calendário nacional, com destaque para a 85.ª Volta a Portugal, a estrutura vai deslocar-se para corridas importantes como o Tour of Antalya, na Turquia (8 a 11 de fevereiro), o Gran Camiño (22 a 25 de fevereiro) e La Vuelta Asturias (26 a 28 de abril), ambas em Espanha. A Sabgal / Anicolor vai também participar no Circuit des Ardennes (4 a 7 de abril), Postnord Tour of Denmark (14 a 18 de agosto) e Skoda Tour de Luxembourg (18 a 22 de setembro). 


O momento mais aguardado da tarde chegaria com a a entrada em palco dos 15 corredores da estrutura. Os portugueses Frederico Figueiredo (32 anos, Trepador), Rafael Reis (31 anos, Contrarrelogista), Luís Mendonça (38 anos, Sprinter), Duarte Domingues (19 anos, Trepador), o uruguaio Mauricio Moreira (28 anos, Completo e Contrarrelogista) e o russo Artem Nych (28 anos, Completo) são os seis corredores que se mantêm da anterior temporada. Juntam-se em 2024 os portugueses André Carvalho (26 anos, Completo), José Sousa (24 anos, Sprinter e Rolador), Gabriel Baptista (18 anos, Completo) e Tiago Caetanita (18 anos, Trepador e Contrarrelogista), o neerlandês Antwan Tolhoek (29 anos, Trepador), o dinamarquês Mathias Bregnhøj (28 anos, Trepador e Contrarrelogista), o britânico Oliver Rees (22 anos, Completo e Contrarrelogista) e os espanhóis Guillermo García (24 anos, Completo) e Oscar Moscardó (25 anos, Rolador). 

Após um conjunto de intervenções, com a Direção do Clube Desportivo Fullracing e os principais patrocinadores, Sabgal e Anicolor, bem como o Presidente da Câmara Municipal de Águeda e anfitrião da sessão e Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, houve um momento muito emotivo, que homenageou Fernando Emílio, jornalista do diário desportivo A Bola, por toda uma vida dedicada ao ciclismo e participação em 50 edições da Volta a Portugal. 


Esta segunda-feira foi também apresentada a equipa técnica e staff. A Direção Desportiva continua sob o comando de Rúben Pereira, que mantém ao seu lado José Augusto Silva, Diretor Desportivo Adjunto. Carlos Pereira é o Team Manager do Clube Desportivo Fullracing e conta com o apoio de Maria João Gouveia (Direção) e Marta Varandas (Comunicação e Imagem). Do restante staff fazem parte esta época os massagistas Paulo Silva, André Sousa, Rúben Couto, Paulo Figueiredo, Sílvia Peixoto e Fábio Afonso e os mecânicos Carlos Pinho, Fernando Vilela e Carlos Oliveira. Mantém-se o médio Carlos Branco e o osteopata Gabriel Aroso e o novo nutricionista é Pedro Meirinhos. 

 

Intervenções na cerimónia de apresentação

 

Carlos Pereira, Team Manager do Clube Desportivo Fullracing:

 

“O que mais me dá gozo é trazer marcas novas para o ciclismo. Quando as marcas apostam no ciclismo, apostam com um pé atrás, não sabem a época que os espera e o retorno que vão tirar. A Sabgal jamais imaginaria ter uma equipa profissional de ciclismo. O ciclismo é mais do que andar de bicicleta, é ambiente e sustentabilidade, é marketing e publicidade”. 

 

Rúben Pereira, Diretor Desportivo da Sabgal / Anicolor Cycling Team:

 

“Esta equipa deve-se muito ao Sr. Ernesto e ao Sr. Sampaio. Quanto ao calendário que vamos ter pela frente, está é uma equipa muito bem estruturada, em que todos sabem o seu papel. O espírito é sempre correr para ganhar. Nesta nova época, vamos ter 120 dias de corrida e vamos dividir a equipa seis vezes ao longo do ano, o que vai implicar uma logística muito grande. Queremos dar a conhecer esta equipa portuguesa ao nível internacional”. 

 

Ernesto Vidal, Administrador da Sabgal:

 

“Uma equipa não se faz com um patrocinador, mas com vários, com os ciclistas, com o staff, com as crianças. O ciclismo é onde nos identificamos para promover a nossa área de negócio. Vemos no ciclismo uma modalidade diferente, que vai às populações. É emoção. Acresce que a equipa é de Águeda e eu sou de Águeda. Vivenciar a equipa por dentro, no ano passado, foi uma oportunidade única para perceber a união entre todos, é uma família. Águeda é uma terra conhecida no mundo e com esta equipa vamos acentuar esse conhecimento. Achamos que é um investimento com retorno”. 

 

Fernando Sampaio, Administrador da Anicolor – Sistemas de Alumínio: 

 

“Hoje estou extremamente feliz, porque estes dois empresários (principais patrocinadores e naming da equipa) são os dois de Águeda. É um enorme orgulho estar neste projeto. As forças vivas apoiam o ciclismo e esta que é a principal equipa do ciclismo nacional, o projeto mais sustentável do nosso país. É um sonho para todos nós contribuirmos para este projeto. Queremos notoriedade para as nossas marcas que passam por ganhar provas, mas acima de tudo com a vossa postura e a forma ética com que se posicionam, ou seja, notoriedade de uma forma positiva”. 

 

Delmino Pereira, Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo: 

 

“É com grande alegria que assistimos ao entusiasmo das marcas de Águeda ao apostar no ciclismo, numa equipa imensa com 15 ciclistas. Marcas que ficam para a história, do desporto, do ciclismo e das pessoas. Destaco a nova geração de dirigentes que deu origem a este ciclismo de sucesso e que construiu equipas e projetos de referência. Este, que hoje foi apresentado, um projeto que tem ambição internacional e que em certos momentos vai ter duas estruturas a competir em simultâneo em provas diferentes, o que é algo extraordinário. É um projeto inspirador, que consegue mobilizar e cativar esta paixão por esta modalidade”. 

 

Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda e anfitrião: 

 

“Dia feliz para mim e para todos os aguedenses, para todos os que gostam de ciclismo. Este é um projeto português, diferente, inovador e já não nos lembrávamos de ver um projeto com esta ambição a querer mostrar-se além-fronteiras. Ao olhar para estes ciclistas, quando estiverem a dar os 150 %, lembrem-se que estão a viabilizar um projeto que é muito importante para a afirmação desta modalidade no país. Pende sobre as vossas pernas, ombros, cabeças, vontade e determinação fazer com que seja um projeto de sucesso. Estou absolutamente convencido de que, no próximo ano, estaremos novamente aqui a apresentar esta mesma equipa com ambições ainda maiores. O ciclismo é um veículo de comunicação incrível, o único desporto de alta competição que vai à porta das pessoas. É uma equipa de Águeda, um projeto, por um lado, altamente rentável em termos de notoriedade e, por outro, estamos a afirmar-nos juntos como o grande território que é Águeda”. 

 

Artur Lopes, Presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Ciclismo:

 

“Este é um projeto muito importante, muito bem defendido e espera-se que façam uma época brilhante”. 

 Fonte: Clube Desportivo Fullracing

“Nova publicação a partir de 1 de fevereiro…”


País Magazine

 

Por: José Morais

A partir de 1 de fevereiro, a Revista Notícias do Pedal vai lançar um novo suplemento, será uma publicação generalista, onde vai abordar uma grande diversidade de assuntos e notícias diversas, denominado de “País magazine”,

Vamos assim divulgar tanto a atualidade, como recordar momentos antigos, esperemos que seja do vosso agrado.

Este novo projeto, a partir de 1 de fevereiro pode ser seguido em:

 

Blogue: https://paismagazine.blogspot.com/

Facebook: https://www.facebook.com/paismagazine

YouTube: https://www.youtube.com/@PaisMagazine

E-mail: paismagazine06@gmail.com

“À conversa com…”


Hoje falamos de Luís Costa, um paraciclista com muita determinação e força de vencer

 

Por: José Morais

Fotos: Facebook Luís Costa

Como muitas outra modalidades desportivas para deficientes, o paraciclismo é um desporto que necessita de muito apoio e carinho, não sendo muitas vezes bem tratado, pouco falado e divulgado, sendo olhado muitas vezes como atletas de um patamar muito inferior, onde continua a existir o estigma do “Coitadinho, é do aleijadinho”.

O paraciclismo é um desporto que deriva do ciclismo, sendo o mesmo destinado a atletas com deficiências, sendo a sua prática realizada em bicicletas adaptadas, handbike, ou triciclos, a origem da modalidade deu-se na década de 80, com a União Ciclismo Internacional-UCI a partir de 2006, a promover o campeonato mundial de paraciclismo, nas vertentes de estrada e pista, com exceção dos anos em que se realizem jogos olímpicos.


E o paraciclismo em Portugal, como em muitas outras modalidades fica bastante aquém de apoios e divulgações, não mostrando os feitos dos nossos atletas, e para saber um pouco mais da determinação, e da modalidade, fomos à procura de um paraciclista de renome em Portugal.

 

Falamos de Luís Costa, e um pouco da sua história:

 

“Luís Miguel Pinto Costa, 50 anos de idade, natural de Castro Verde, atualmente a residir em Portimão, de profissão, Inspetor da Polícia Judiciaria, onde as motas eram, e continuam a ser a sua grande paixão, andando diariamente na sua Harley Davidson”.


Mas a sua grande paixão em nada desmoronou, “no dia do seu aniversário em 2003, precisamente no dia que completava os seus 30 anos de idade, num grave acidente de viação de mota que sofreu, deu origem a que lhe fosse amputada a sua perna direita”. Luís Costa não desistiu da vida, senhor de uma perseverança, e de uma vontade inabalável de viver, na altura não era um atleta federado, praticava atletismo por lazer.

De salientar de que Luís Costa, foi antigo paraquedista, esteve na Bósnia, e sempre teve força de vencer e lutar, porem… dez anos após o seu acidente, despertou-lhe a atenção para o antigo piloto italiano Alessandro Zanardi, que tinha perdido as duas pernas, num acidente de Fórmula Indy em 2001, e a sua prestação do mesmo nos Jogos Paralímpicos de Londres em 2012, a sua motivação despertou, era imensa na altura, que um ano depois estava a competir com o antigo piloto italiano.


 

A entrevista:

 

Notícias do Pedal: Luís Costa, como foi a tua infância?

Luís Costa:  - Igual à maioria das crianças, creio eu. Cresci no seio de uma família normal, sem dramas. E felizmente foram-me incutidos os valores corretos em termos de educação e respeito.

 

Como era a tua vida antes do acidente?

L.C.: - Antes do acidente a minha vida dividia-se entre o trabalho, treinos de atletismo e ginásio, família e amigos. Ou seja, não era muito diferente do que é atualmente, exceto que agora o desporto tem um peso muito maior nessa equação.

 

Praticavas desporto, qual, eras federado?

L.C.: - Não era federado. Fazia treinos de corrida (atletismo) e ginásio, mas apenas para me manter em forma, sem competir.

 

Após o acidente, quais as tuas preocupações?

L.C.: - Ui, tantas…inicialmente preocupava-me se seria capaz de voltar a desempenhar a minha profissão normalmente e muitas outras preocupações que com o passar do tempo deixaram de ser “problemas” e passaram a ser encaradas com normalidade.

 

Na altura eras casado e tinhas filhos, que pensaste?

L.C.: - Quando tive o acidente tinha um filho com 4 meses de idade e questionava-me se seria capaz de desempenhar o meu papel de pai com as limitações físicas que passei a ter. Claro que isso foi ultrapassado, e hoje em dia já esse primogénito já é um adulto e tenho um mais novo com 9 anos. Ambos cresceram a conviver com a minha diferença física e isso nunca lhes fez confusão.

 

Como reagiu a tua família e amigos?

L.C.: - Naturalmente foi um choque para todos, ainda por cima no dia em que fiz 30 anos. Mas acho que eu próprio ajudei toda a gente a ultrapassar o sucedido, com a minha positividade.

 

Após a tua amputação, como foi a tua recuperação e que tempo demorou a mesma?

L.C.: - A minha recuperação foi muito rápida, tendo em conta a gravidade do acidente. Para além da amputação da perna, também fraturei a cervical, mas saí do hospital ao fim de apenas 30 dias e no dia seguinte fui para o ginásio. Ao fim de 6 meses coloquei a primeira prótese e regressei ao trabalho.

 

Que apoios tiveste?

L.C.: - A família, os amigos e os colegas de trabalho foram os maiores apoios.

 

Como ficaste emocionalmente e psicologicamente?

L.C.: - Fiquei revoltado nos primeiros dias, mas rapidamente “chutei a bola para a frente” e segui com a minha vida. Claro que nem tudo é um mar de rosas, também tenho dias difíceis em que só me apetece ficar sozinho, mas isso acontece com todos nós, não é…

 

Mantes-te na tua profissão, tiveste restrições, que mudou, e como te adaptaste?

L.C.: - Mantive-me na minha profissão, a desempenhar as mesmas funções que tinha antes do acidente. Inicialmente nada mudou por causa do acidente em termos laborais. As maiores alterações vieram a acontecer alguns anos depois, quando descobri o paraciclismo e adquiri o estatuto de alto rendimento. Tive que mudar de área de trabalho, e adaptar o meu horário às exigências da alta competição.

 

Alessandro Zanardi foi uma inspiração para ti, porquê?

L.C.: - Porque eu lembrava-me do acidente dele e quando, em 2012, se começou a falar tanto dele devido à sua participação nos Jogos Paralímpicos de Londres, isso despertou-me o interesse pelo paraciclismo e foi o ponto de partida para eu começar a treinar. E desde logo um dos meus objetivos foi chegar ao nível dele e se possível poder ganhar-lhe. Levei alguns anos, mas consegui fazê-lo.

 

Porque só dez anos depois do acidente, decidiste iniciares no paraciclismo?

L.C.: - Simplesmente por desconhecimento da existência da modalidade. Quem me dera ter começado uns anos antes.

 

Porque optaste por praticar numa handbike, e não numa bicicleta tradicional de duas rodas adaptada?

L.C.: - Porque devido ao treino de ginásio, tinha mais bases para fazer força com os braços, ao invés de pedalar com apenas uma perna, ainda por cima com dores frequentes no joelho.

 

Que dificuldades sentiste quando iniciaste?

L.C.: - Uma grande dificuldade inicial foi adaptar-me ao movimento de braços, e ter que perder muito peso. O treino de ginásio tinha-me dado um grande volume muscular, creio que pesava então cerca de 80 kgs e atualmente peso entre 55 a 58 kgs, dependendo da fase da época.  Outra grande dificuldade foi o custo de uma handbike decente para competir. Tive que começar por uma pesada e nada competitiva e ao longo dos anos ir adquirindo melhores.

 

Algumas vez pensas-te em desistires por não conseguires e ser muito difícil?

L.C.: - Não, isso nunca me passou pela cabeça.

 

Sentiste-te arrependido de teres iniciado tão tarde?

L.C.: - Sim, se tivesse começado logo após o acidente, teria usufruído de mais 10 anos de competição, com menos idade e por isso provavelmente com maior capacidade física. Mas acho que mesmo assim não me tem corrido mal.

 

Se pudesses mudar que farias?

L.C.: - Nada. As coisas são como são, é aproveitar o que temos e somos.

 

Na altura que começaste a competir que sentias?

L.C.: - Sentia-me bem, por ter ali um novo objetivo de vida. Quando comecei a competir internacionalmente, senti que precisava melhorar muito se queria algum dia vir a fazer parte do grupo dos “grandes”, para discutir com eles os pódios a nível mundial.

 

E atualmente como te sentes?

L.C.: - Hoje em dia a situação é totalmente diferente, sei que sou um dos atletas sobre quem recaem as atenções. Embora com 50 anos de idade, já levo muitos anos a alcançar regularmente resultados de relevo em Taças do Mundo, Campeonatos do Mundo e Europeus. Para além dos vários pódios já alcançados, continuo a lutar pelo top 5 mundial todos os anos. Os meus adversários estão sempre à espera de que eu saque “um coelho da cartola” e que lhes possa estragar a festa.

 

Em Portugal não existe profissionalismo no paraciclismo, o que sentes quando competes fora do nosso país com atletas que são profissionais?

L.C.: - O paraciclismo é uma modalidade amadora, em Portugal e em todo o mundo. De um modo geral, não há paraciclistas profissionais, ninguém vive exclusivamente disto, nem mesmo os campeões do mundo. Não confundir o fato de que muitos se dedicam exclusivamente ao paraciclismo, com profissionalismo. Alguns podem não fazer mais nada para além do paraciclismo, mas não têm um contrato que lhes dê um ordenado ao fim do mês. Vivem de pensões, subsídios, seguros, patrocínios, etc. Em tantos anos, só tive conhecimento de dois ou três paraciclistas que assinaram contratos profissionais, em países estrangeiros, claro. Por isso, tendo conhecimento dessa realidade, não me sinto em inferioridade de condições em comparação com os meus adversários, sejam de que país forem.

 

Sentes-te com mais força para lutar e vencer?

L.C.: - Bem, a confiança, a vontade e a ambição continuam intactas, sem dúvida. Já a capacidade física a partir de agora é sempre uma incógnita. Tenho 50 anos e estou a competir com atletas na casa dos 20, porque no desporto adaptado não há escalões etários. Um pormenor que a maior parte das pessoas desconhece ou desvaloriza.

 

Gostavas de ser profissional, qual o estatuto que te daria ser?

L.C.: - Ser profissional não me daria um estatuto maior do que aquele que tenho. Quantos profissionais do ciclismo português conquistaram medalhas em Campeonatos do Mundo e Europeus, como eu já fiz? Mas gostaria, sim. Apenas pela possibilidade de assim poder deixar a minha atual profissão e dedicar-me em exclusivo ao desporto, com os óbvios ganhos que isso poderia trazer à minha performance.

 

Como são os teus treinos, fazes os mesmos sozinhos ou com treinador?

L.C.: - Os meus treinos são como qualquer treino de ciclismo. O treinador envia-me o plano diário e eu executo. Todos os dados ficam registados no ciclocomputador, são depois descarregados para um sistema informático e o treinador acede à informação sempre que necessita. Treino sempre sozinho, 6 dias por semana, com duração média entre 1h30 e 3h30. E mais 3 treinos/semana no ginásio como complemento.

 

Como consegues conciliar no teu dia a dia, treinos, profissão, competições, família, e convívio com amigos?

L.C.: - Com muita “ginástica”. Mas tenho que dar prioridade a algumas coisas em relação a outras. É o preço a pagar pelo sucesso e a família e amigos são sempre os mais prejudicados, infelizmente.

 

Nas provas em que participas, quais as que te sentes melhores, e mais gostas de competir?

L.C.: - As provas em que me sinto melhor são os contrarrelógios, é aí que consigo obter os meus melhores resultados. No contrarrelógio só dependo de mim, enquanto nas provas em linha há demasiados fatores a ter em conta, como as táticas de alguns atletas que trabalham em equipa, a colocação, as fugas, etc.  Em termos de perfil, gosto mais quando os percursos são montanhosos, pois sou leve e isso dá-me alguma vantagem.

 

O que foi participar nos Jogos Olímpicos do Rio, e competir nas condição de líder mundial?

L.C.: - Não tenho memória se nos Jogos do Rio cheguei lá como líder do ranking mundial, mas se assim foi, isso não teve qualquer importância, o ranking mundial é apenas uma soma de pontos adquiridos nas várias provas ao longo da época, o líder do ranking pode não ser necessariamente um dos melhores atletas da classe nesse ano, como foi o meu caso em 2016. Mas sobre a minha participação nesses Jogos, posso dizer que foi o concretizar de um sonho, e era um dos meus objetivos principais quando comecei a competir. Mas senti muito mais emoção ao participar nos Jogos de Tóquio 2020, pois enquanto nos Jogos do Rio eu não tinha ainda qualquer hipótese de me bater com os candidatos ao pódio, em Tóquio já eu tinha um estatuto totalmente diferente e creio que até dei espetáculo, mesmo sem ter chegado às medalhas.

 

Atualmente em Portugal és o único na tua categoria, gostavas de ter mais atletas a competir, a competição seria melhor?

L.C.: - Gostava de ter mais atletas da minha classe em Portugal, claro. Se a competição seria melhor, isso já é outra história. Se tivesse mais 20 atletas da minha classe, mas o nível deles fosse baixo, de que me adiantava? Por vezes o que conta é a qualidade e não a quantidade.

 

Quais os locais que mais dificuldades sentes, tanto para treinares como competires, e quais mais gostas?

L.C.: - Não sinto dificuldade a treinar em nenhum tipo de terreno. Mas onde mais gosto de treinar é na montanha.

 

Apoios, Federação Portuguesa de Ciclismo dá são aceitáveis?

L.C.: - A FPC suporta todas as despesas sempre que represento a Seleção Nacional, quer seja em provas, estágios ou exames médicos. Mas existem outras entidades oficiais responsáveis pelas despesas da minha preparação. Como tenho o estatuto de alto rendimento e estou integrado no Projeto de Preparação Paralímpico Paris 2024, recebo uma bolsa mensal através do comité Paralímpico.

 

Achas que o estado deveria ter mais intervenção e apoiar o desporto adaptado?

L.C.: - Sim. Embora muita coisa tenha melhorado nesse campo, há muito por fazer em termos de apoio às federações, desporto escolar e clubes, que são a base do desenvolvimento do desporto adaptado.

 

Sobre o teu treinador e selecionador que tens a dizer?

L.C.: - São profissionais muito competentes e devo a eles grande parte do meu sucesso.

 

Os patrocinadores consegues, é fácil arranjar?

L.C.: - Não é fácil, aliás, é cada vez mais difícil. Nesse campo, as coisas não funcionam como noutros desportos. Os grandes resultados nem sempre são sinónimo de mais patrocínios. Antes de conseguir a minha primeira medalha num Campeonato do Mundo, tinha muitos mais patrocínios. A partir daí foram reduzindo de ano para ano e para 2024 não tenho garantido um único Euro de patrocinadores privados! Os poucos patrocinadores que tenho para a presente época são em bens e serviços. Infelizmente só se aceitam euros para pagar a gasolina, portagens, hotéis, etc. Nenhum outro paraciclista tem o meu palmarés neste país, mas acho que não conheço as pessoas certas ou então sou pouco apreciado pelas empresas, paciência.

Se não fosse o apoio anual que a Câmara Municipal de Portimão me dá, e que espero voltar a ter este ano, as coisas seriam muito complicadas.

 

Uma handbike, uma bicicleta chamamos-lhe assim, para pedalar com os braços, ronda os 20.000 euros, já que também são necessários acessórios, rodas para os diversos tipos de provas e treinos, que apoio tiveste para adquirir a mesma?

L.C.: - Isso é um preço relativo. A minha handbike custou isso, sim. Mas pode-se adquirir uma nova por metade desse valor. Ou usada por muito menos. Tal como uma bicicleta normal, as handbikes não são todas iguais. Cada um deve investir à medida dos seus objetivos. Gastar 20.000€ numa handbike para um atleta de fraco nível será uma estupidez. Eu tive a sorte de ter o apoio da Câmara Municipal de Portimão para adquirir esta minha handbike atual. Submeti um projeto ao Município e o mesmo foi aceite, felizmente.

 

Não és um homem de lamentações, e continuas a andar de moto, como sentes isso?

L.C.: - Ando de mota diariamente, vou na minha 15ª mota…

 

Viver do paraciclismo em Portugal será impossível, se isso pudesse acontecer, dedicavas-te apenas a isso?

L.C.: - Sim, sem dúvida. Mas nunca vai acontecer.

 

Existe rivalidade com os teus adversários, tens amigos entre eles?

L.C.: - Tenho muitos amigos entre os meus adversários e não vejo nenhum deles como “rival”. Todos damos o nosso melhor e respeitamo-nos mutuamente.

 

Achas que o desporto adaptado é bem tratado, e visto com bons olhos pelos outros desportistas e outras pessoas?

L.C.: - Sinceramente, não. Até alguns ciclistas ditos “normais” por vezes olham para os paraciclistas como atletas de um patamar inferior. Continua a existir o estigma do “coitadinho, é aleijado” e pensam que fazer paraciclismo é algo tipo cicloturismo…

 

Fala dos teus palmarés e resultados ao longo da tua carreira de paraciclista?

L.C.: - De um modo resumido, posso dizer que alcancei 4 diplomas paralímpicos (Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2020), duas medalhas de bronze em Campeonatos do Mundo (2017 e 2022), uma medalha de prata e outra de bronze no Campeonato da Europa (2021), uma medalha de ouro, 5 de prata e 5 de bronze em Taças do Mundo, 22 títulos de Campeão Nacional e 10 Taças de Portugal.

 

Qual foi a prova que mais satisfação deu fazeres?

L.C.: - A prova de contrarrelógio no Campeonato do Mundo em 2017, na África do Sul. Alcancei a minha primeira medalha de bronze num mundial e muito perto do ouro e prata. Foi fantástico.

 

Que motivações e objetivos tens para o teu futuro?

L.C.: - Este ano estou focado na minha provável participação nos Jogos Paralímpicos de Paris e ainda no Campeonato do Mundo que se realiza na Suíça logo a seguir. A partir daí, tenho que analisar bem as coisas. Se continuar sem patrocínios monetários, não sei. Mas ainda sonho em participar nos Jogos de Los Angeles 2028…

 

Luís Costa, a tua cabeça foi sem dúvida o teu ponto forte, em que algumas circunstâncias te ajudaram, pensas continuar assim forte?

L.C.: - Nem admito outra coisa. Quando a cabeça não me ajudar mais, o resto torna-se complicado.

 

Que conselhos darias a alguém que passou, ou possa passar algo semelhante a ti?

L.C.: - Que nunca desista. Mas que seja realista nos seus objetivos. Cada vez conheço mais pessoas que sonham demasiado alto e depois sofrem grandes desilusões.

 

Duas questões, alguma pergunta que gostavas que te tivessem feito e nunca fizeram, e até quando pensas continuar a competir?

L.C.: - Gostava que me tivessem perguntado, por que motivo desde há já alguns anos que estou a competir como individual e não por um clube. Penso competir até 2028.

 

A finalizar, algo que aches interessante em dizer, e um comentário final?

L.C.: - Só queria agradecer a oportunidade de dar esta entrevista.

Obrigado pela entrevista.

 

Estas, as palavras de um homem com muita determinação e força de vencer, que continue a lutar assim com os seus sonhos e objetivos, trazendo louros para o nosso país, e levar o nome de Portugal além-fronteiras, num desporto que deveria ser visto com outros olhos, e ter sem dúvida mais apoios, já que esses atletas assim o merecem.















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