Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A Volta a França 2025 é a maior e mais importante corrida de ciclismo do mundo e terá lugar entre 5 e 27 de julho. É o ponto alto da época desportiva e, todos os anos, proporciona uma ação memorável. Fazemos a antevisão da 2ª etapa.
A segunda etapa da corrida deverá ter um final ao sprint em Boulogne-sur-Mer, embora alguns sprinters possam ser eliminados nas subidas íngremes nos derradeiros quilómetros. Com uma distância de 209 quilómetros, não haverá subidas longas ou demasiado difíceis, mas as batalhas pelo posicionamento e os ataques esperados farão com que o final seja muito explosivo.
A 30 quilómetros do final, há uma subida de 1,1 quilómetros a 9% e, depois, uma outra subida de caraterísticas semelhantes, com o alto a apenas 8 quilómetros do final. Aqui podemos ver ataques, pois a descida é muito rápida e depois temos outra subida muito explosiva de 800 metros a 8%, que termina a apenas 4 quilómetros do fim. Esta subida será perigosa caso hajam cortes e os ataques poderão ser bem sucedidos, pois será muito difícil organizar qualquer perseguição. A descida para Boulogne-sur-Mer será muito rápida e os ciclistas chegarão à subida final muito rapidamente.
A rampa final para a meta tem
1,2 quilómetros a 3,8%. O início da subida irá quase aos 10%, o que significa
que poderemos assistir a ataques... Mas é provável que algumas equipas consigam
controlar o final e, depois, decidir a corrida ao sprint.
Vai soprar! Como se os ciclistas não tivessem tido vento suficiente hoje, na segunda etapa terão mais vento e, atrevo-me a dizer, será ainda mais forte. Com o vento a soprar de Sudoeste e a etapa a seguir em grande parte uma trajetória para Este, significa que teremos os primeiros 2/3 de etapa com vento meio cruzado, meio de frente, o que poderá resfriar os ânimos.
No entanto, isso muda quando
faltarem 50 quilómetros para o final, pois os quilómetros seguintes serão
extremamente perigosos e poderão criar cortes, uma vez que o vento muda de
quadrante e passará a apresentar-se maioritariamente de lado/costas. No final
do dia, temos mais vento de frente nas últimas colinas, mas isso não se aplica
à subida final
Favoritos
Homens da
Geral: Pogacar, Evenepoel, Vingegaard e Roglic atentos às bonificações
Noutros tempos, uma chegada
como esta dificilmente teria qualquer interferência entre os favoritos à
camisola amarela. Mas a presença de Tadej Pogacar muda completamente a equação.
O esloveno da UAE Team Emirates - XRG já mostrou em diversas ocasiões que não
desperdiça qualquer oportunidade de sprintar por segundos de bonificação,
sobretudo em finais com ligeira inclinação onde pode bater nomes bem mais
rápidos.
Remco Evenepoel, que já perdeu
tempo na etapa inaugural, deverá estar particularmente atento, enquanto Jonas
Vingegaard também poderá tentar um sprint se a colocação for favorável. Primoz
Roglic, por sua vez, tem a explosividade ideal para se intrometer na luta por
um pódio eventualmente, mas a vitória está fora de alcance. A luta pelo
posicionamento nos últimos quilómetros e nas subidas será feroz, e os líderes
não quererão arriscar perder segundos logo ao segundo dia.
Nomes como Mattias Skjelmose,
Tobias Johannessen, Santiago Buitrago, Kevin Vauquelin e até mesmo Oscar Onley,
todos com características puncheur e boa ponta final, podem ter uma palavra a
dizer se a etapa se decidir em grupo compacto e sem grande desorganização.
Puncheurs:
o dia ideal para brilhar (se os favoritos deixarem)
Com a evolução tática do
ciclismo moderno, os puncheurs têm tido menos oportunidades, mas esse cenário é
contrariado neste Tour, com muitas chegadas explosivas na 1ª semana. Mathieu
van der Poel é o nome mais forte nesta categoria, com capacidade de sprint, de
atacar e de resistir à dureza, mas também há espaço para surpresas.
Thibau Nys, que chega em
grande forma, pode ser aposta da Lidl-Trek se Skjelmose for resguardado. Já
ciclistas como Ben Healy, Neilson Powless, Quinn Simmons, Romain Grégoire,
Julian Alaphilippe, Marc Hirschi ou Mauro Schmid podem tentar a sorte com um ataque
bem cronometrado, tirando partido de estarem fora da luta pela geral.
Jhonatan Narváez e Tim Wellens
também merecem destaque. O primeiro já mostrou ter explosão e resistência,
enquanto o segundo, com estatuto reforçado graças à camisola de campeão belga,
poderá receber liberdade para atacar caso Pogacar não esteja interessado em
disputar o final.
Sprinters
resistentes: van Aert, De Lie e os que resistirem às subidas
Se o ritmo não for avassalador
nas subidas intermédias e a chegada for relativamente controlada, há um
conjunto de sprinters que pode sobreviver e discutir a etapa. Wout van Aert e
Arnaud De Lie lideram este lote, ambos têm histórico de vitórias em finais em
subida e serão perigosíssimos se chegarem no grupo da frente.
Outros nomes a seguir com
atenção incluem Axel Laurance, Sam Watson, Iván García Cortina e Alex Aranburu,
todos capazes de aguentar subidas de média dificuldade e manter uma boa ponta
final. Vincenzo Albanese é outro nome a considerar, sobretudo se houver ataques
de curta distância antes da meta.
Se o ritmo for mais
conservador, até sprinters puros como Jasper Philipsen (atual camisola
amarela), Biniam Girmay, Danny van Poppel, Bryan Coquard e Tobias Lund Andresen
poderão manter-se na disputa.
Previsão
para a 2ª etapa da Volta a França 2025:
*** Tadej Pogacar, Mathieu van
der Poel
** Primoz Roglic, Wout van
Aert, Remco Evenepoel
* Jonas Vingegaard, Santiago
Buitrago, Mattias Skjelmose, Kévin Vauquelin, Tobias Johannessen, Thibau Nys,
Ben Healy, Romain Grégoire, Quinn Simmons, Jhonatan Narváez, Arnaud De Lie,
Vincenzo Albanese, Axel Laurance
Escolha: Mathieu van der Poel
Cenário: Redução do sprint do
grupo.
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