A Federação Portuguesa de Ciclismo anunciou
hoje, em conferência de imprensa realizada na sua sede, a celebração de uma
nova parceria estratégica para a organização das principais provas de estrada
em 2026, concretamente a 52ª Volta ao Algarve, a 43ª Volta ao Alentejo e a 87ª
Volta a Portugal em Bicicleta.
Esta decisão representa a evolução do modelo
transitório anunciado pela FPC há uma semana, após a resolução antecipada do
contrato com a Podium Events devido ao incumprimento reiterado das suas
obrigações financeiras, situação que se tornou insustentável.
Importa clarificar que esse contrato abrangia
apenas a Volta a Portugal em Bicicleta, a Volta ao Alentejo e a Volta ao
Futuro. No entanto, numa lógica de sinergia organizativa e de facilidade de
negociação com as equipas sobretudo internacionais a Federação decidiu integrar
também a Volta ao Algarve na nova parceria, assegurando uma abordagem conjunta,
coerente e mais eficaz do ponto de vista operacional e desportivo, reforçando a
atratividade e o posicionamento das três provas.
O acordo agora estabelecido, válido para a
época de 2026 e com possibilidade de prolongamento, é firmado com a empresa
internacional Emesports, fundada em 2013 pelo ex-ciclista profissional Ezequiel
Mosquera, vice-campeão da Vuelta em 2010. Desde então, a empresa consolidou um
percurso de crescimento sustentado, desenvolvendo infraestruturas próprias,
metodologias especializadas e uma forte capacidade de produção técnica e
logística.
Atualmente, a Emesports gere mais de 150
eventos anuais em várias modalidades e escalas competitivas, incluindo várias
provas profissionais de ciclismo, como O Gran Camiño.
Esta experiência confere à Emesports um perfil
sólido, inovador e alinhado com as exigências das competições internacionais e
com a visão estratégica da FPC para o futuro das provas portuguesas.
A empresa assegurará, entre outras
responsabilidades, a direção técnica das três competições. A definição
detalhada da repartição de tarefas encontra-se atualmente em fase de acerto.
“Este é um momento essencial para o futuro das
nossas grandes provas. Perante o incumprimento reiterado do anterior
organizador da Volta a Portugal, não podíamos continuar a adiar decisões.
Tínhamos a responsabilidade de agir com determinação e rapidez, encontrando uma
solução sólida e credível”, explica Cândido Barbosa, presidente da Federação
Portuguesa de Ciclismo.
“A Emesports reúne a experiência, a
credibilidade e a visão internacional que ambicionamos para as nossas
competições. A decisão de integrar também a Volta ao Algarve nesta parceria foi
natural: permite-nos trabalhar de forma mais eficiente, reforça a negociação
com as equipas e potencia a valorização conjunta das três provas”, destaca
Cândido Barbosa.
Este modelo foi concebido para 2026, “mas
acreditamos que poderá estender- se no tempo, caso este primeiro ano confirme o
seu potencial”, reforça.
“A Volta a Portugal é o símbolo maior da
modalidade no nosso país e temos a ambição de a modernizar, reforçar o seu
impacto no território e torná-la mais atrativa para todos – adeptos, parceiros,
comunicação social, equipas e corredores. Esta parceria para 2026 é um passo
decisivo nesse caminho.”
“Assumir um desafio desta dimensão é, para nós,
uma enorme responsabilidade, mas também um grande orgulho”, explica, por sua
vez, Ezequiel Mosquera, CEO e fundador da Emesports.
“O ciclismo vive hoje uma complexidade
crescente e a Volta a Portugal, apesar de ser uma prova singular e com quase um
século de história, tem sido prejudicada pelo atual sistema de pontuação. No
entanto, possui ativos únicos: a sua dimensão social, a ligação ao território e
um sentimento nacional que poucas corridas no mundo conseguem gerar.
Acreditamos profundamente que a Volta a Portugal é Património Nacional e que
tem condições para reforçar a sua projeção internacional. Queremos contribuir
para uma prova mais moderna, mais competitiva e mais aberta ao mundo,
valorizando o que ela representa para Portugal”, afirma, ainda, Ezequiel
Mosquera.
Fora desta parceria fica a Volta a Portugal do
Futuro, que passará a ser organizada exclusivamente pela FPC, reforçando a sua
missão de desenvolvimento de jovens talentos e de sustentação das bases da
modalidade.
Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo