quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

“Uma pessoa normal volta ao trabalho depois, por isso eu também vou”: Lucinda Brand dedica a vitória em Namur à falecida mãe”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Na época de ciclocrosse feminino de 2025/26, nenhuma corredora está em melhor forma do que Lucinda Brand. A veterana neerlandesa, de 36 anos, tem dominado o pelotão e vence quase todas as corridas em que participa. A mais recente foi na Taça do Mundo de Namur, no domingo passado, onde decidiu competir apesar do falecimento da mãe no início da semana.

Em declarações ao In De Leiderstrui, Brand explicou a sua decisão. Com uma serenidade impressionante para quem enfrenta um dos golpes mais duros da vida, a vencedora da 4ª prova da Taça do Mundo da temporada foi direta nas palavras.

“O mundo não espera por ninguém. Não tive dúvidas em correr. Concentro-me bem. Honestamente, é ótimo fazer o meu trabalho e estar no meu mundo. Uma pessoa normal volta ao trabalho, por isso eu também. Ficar deitada no sofá em casa não ajuda ninguém”, disse Brand.

Brand admitiu, ainda assim, que a preparação para Namur foi mais leve do que o habitual para este tipo de desafio. Mesmo assim, o seu profissionalismo prevaleceu num momento pessoal delicado: “Treinei um pouco menos, mas isso significa pernas mais frescas. Na corrida senti-me muito forte, senti-me ótima e consegui vencer”.

Embora seja compreensível dar um passo atrás após uma notícia destas, até riscando corridas do calendário, Lucinda Brand sublinhou que esta reação pode fazer parte de quem é: “Pode ser da minha natureza… Mas torna-se fácil, porque estou focada na corrida. Depois, outras coisas não me incomodam. É só a corrida”, concluiu.

 

O timing perfeito para o Mundial?

 

Para lá da esfera pessoal, há uma certeza: Lucinda Brand gostaria que o Campeonato do Mundo em Hulst chegasse bem antes do agendado. A forma atual torna-a uma ciclista quase imbatível.

Embora não tenha vencido o Campeonato da Europa (foi prata), uma camisola arco-íris não só poderia dissipar esse contratempo, como também transformaria esta campanha numa das melhores épocas individuais da história do ciclocrosse feminino.

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“ENTREVISTA: "Estava ao lado dele quando atacou, nem tentei responder" - Afonso Eulálio sobre o ano de afirmação e a lição de não seguir Tadej Pogacar”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Afonso Eulálio é um dos poucos portugueses que saltou do pelotão continental nacional para o World Tour, e o seu primeiro ano no topo surpreendeu. O corredor da Bahrain - Victorious integrou o leque de jovens contratações em quem a equipa apostou para crescer, e foi talvez o caso mais bem-sucedido. Fala do seu Top 10 no Campeonato do Mundo, do calendário de 2026 com regresso à Volta a Itália, e do que aprendeu ao responder aos ataques de Tadej Pogacar.

Em dezembro de 2024, Eulálio encontrou-se com o Ciclismo Atual e o CyclingUpToDate em Altea e era ainda um rosto novo na equipa, a lutar com o inglês e num ambiente com muito mais staff do que estava habituado. “Sim, acabou por ser um período de aprendizagem e este ano será igual, vamos continuar a aprender, porque não se aprende tudo. Mas sim, foi um ano com altos e baixos, um pouco irregular, acima de tudo vamos tentar ser um pouco mais regulares e olhar para o calendário de forma diferente e tentar fazer algo diferente”.

A época foi muito forte e o potencial ficou à vista logo no Tour Down Under, quando deixou o cartão de visita no World Tour ao atacar no Old Willunga Hill. Aos 24 anos, não se resignou ao pelotão e teve pernas para mexer na corrida. Boas exibições valeram-lhe a chamada para a Volta a Itália, onde Antonio Tiberi apontou ao pódio e Damiano Caruso acabaria por fechar em quinto.

 

Explosão na Volta a Itália

 

Eulálio apareceu em força na última semana, a voar no Passo del Mortirolo na etapa 17. “Não pensei muito nisso, estava na fuga, nem tinha a noção de que havia esse prémio de passar primeiro na montanha porque normalmente contam só os pontos da montanha e quando ataquei estava mais a pensar na etapa”. Com a luta pela geral a explodir atrás, manteve-se na dianteira, mas não seria ainda o dia da vitória.

“A equipa acabou por estar um pouco mais defensiva e tive de esperar pelo grupo. E pronto, foi essa a situação de corrida”. Ainda assim, o trabalho para Caruso não passou despercebido. A época não terminou no Giro e, mais tarde, continuou a crescer e a mostrar-se com ainda mais brilho.

Na Volta a Burgos foi terceiro na etapa inaugural e, depois, encarou um calendário misto no final do ano, com algumas voltas e clássicas onde pôde render. Uma delas foi a Volta à Grã-Bretanha, onde atacou na etapa rainha para The Tumble e terminou em quarto no dia, com Remco Evenepoel a vencer. Eulálio foi sexto na geral.

“Sim, claro que houve pressão este ano, mas a equipa manteve as coisas abertas e sem me pressionar; se ficava para trás a 10 ou a 100 quilómetros da meta era quase o mesmo. Agora, depois de fazer top 10 no worldtour, já não posso olhar assim. Já olho para o calendário de outra forma. Quero fazer mais e melhorar”.

 

A seguir Tadej Pogacar

 

No GP de Québec, teve o primeiro teste a seguir o campeão do mundo, fruto da sua forma de correr. “É a maneira como gosto de correr, muito agressivo. Às vezes não tenho a oportunidade e outras vezes não tenho as pernas. Mas corri de forma muito ofensiva nas subidas curtas do Canadá no [GP] Québec, onde também ataquei. Depois em Itália, na Tre Valli [Varesine], também a correr agressivo. É a forma como gosto de correr”.

Tanto em Québec como na Tre Valli Varesine, cruzou-se com o esloveno. Mas tirou lições. “Sim, mas é sempre um risco que sai caro. Saiu caro nesse dia. E também em Québec, já tinha estado com ele e há coisas que acabam por sair mais caras depois. Acho que nas duas corridas acabo por fazer 40º ou assim, porque é um esforço enorme”.

No Mont Kigali, onde Tadej Pogacar desferiu o ataque decisivo rumo à segunda camisola arco-íris, estava no olho do furacão. Mas não tentou seguir. “No Campeonato do Mundo acabei por nem mexer um dedo, estava ao lado dele quando atacou, nem tentei responder nem aumentar os watts. E foi aí que as coisas correram melhor. Arrisca-se demasiado ao tentar seguir esse nível”.

 

Top 10 no Campeonato do Mundo

 

Kigali pode ser descrito como o verdadeiro salto. Uma corrida de 6:30 horas, 5000 metros de desnível e os melhores do mundo a lutar pela camisola arco-íris. O nono lugar de Eulálio ficou entre Juan Ayuso e Tom Pidcock, e o seu nome destacou-se como poucos nesse Top 10.

“Gosto de corridas muito duras e esta é uma delas, as coisas acabaram por correr assim. Estava no grupo, nem pensava em chegar ao top 10, desde o início da corrida foi fluindo. Estava a desfrutar e a tentar dar o meu melhor”.

É um resultado promissor e o português pode prosperar em corridas explosivas, pelo que já mostrou. Mas a prioridade continua a ser a montanha: “E como disseste, em subidas curtas. É algo que temos de trabalhar este ano: deixar a minha explosividade de lado, já que é tão boa, não a trabalhar tanto e pensar em subidas longas. Tentar trabalhar e ver até onde posso ir. Espero ainda ter muito pela frente”.

Em 2026, Eulálio terá oportunidades para se mostrar, tanto como potencial líder como gregário para os muitos trepadores de qualidade da Bahrain - Victorious. “Sim, estamos a olhar para algumas corridas. Temos planos para o futuro, claro, mas agora não é sobre liderar. Este ano olhamos para as coisas de forma melhor e eu quero mais, mas também haverá mais pressão da minha parte”.

“Está tudo definido. Vou começar em AlUla [Tour], depois UAE [Tour]; depois faço o que gosto, que é Strade [Bianche], [Volta a] Catalunha… Depois Liège [Bastogne-Liège] e Volta a Itália".

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/entrevista-estava-ao-lado-dele-quando-atacou-nem-tentei-responder-afonso-eulalio-sobre-o-ano-de-afirmacao-e-a-licao-de-nao-seguir-tadej-pogacar

“Ciclista António Carvalho suspenso quatro anos por anomalias no passaporte biológico”


Castigo do corredor de 36 anos vigora entre 4 de novembro deste ano e 3 de novembro de 2029

 

Por: Lusa

Foto: DR

O português António Carvalho, duas vezes terceiro classificado na Volta a Portugal, foi esta quarta-feira suspenso por quatro anos pela União Ciclista Internacional (UCI) devido a anomalias no passaporte biológico.

Em comunicado, a federação internacional indica que o castigo do corredor de 36 anos vigora entre 04 de novembro deste ano, data em que foi suspenso provisoriamente, e 03 de novembro de 2029.

António Carvalho viu ainda 'apagados' os seus resultados entre 31 de julho e 21 de agosto de 2018, 12 de fevereiro e 06 de março de 2023 e 04 de junho e 23 de julho de 2024, informou a UCI, que já tinha detalhado anteriormente que as anomalias no passaporte biológico do ciclista de Santa Maria da Feira remontavam a essas três épocas.

"O caso foi resolvido com a aceitação das consequências" por parte do terceiro classificado das edições de 2022 e 2023 da Volta a Portugal, informa o organismo.

António Carvalho conquistou ainda duas edições do Grande Prémio Jornal de Notícias (2015 e 2018) e venceu por duas vezes no alto da Senhora da Graça (2019 e 2022), somando ainda outro triunfo em etapas na prova 'rainha' do calendário nacional, em 2020, e sagrando-se 'rei' da montanha em 2014.

Na sua carreira, representou a LA Alumínios-Antarte (2013-2014), antes de mudar-se para W52-Quinta da Lixa, depois denominada W52-FC Porto, onde esteve até 2019. Passou, depois, pela estrutura da Efapel, antes de transferir-se para o Feirense, equipa onde esteve nos últimos três anos.

O passaporte biológico é um 'mecanismo' que se baseia na monitorização de determinados parâmetros biológicos (através de amostras de sangue e de urina), que, de uma forma indireta, podem revelar os efeitos da utilização de substâncias ou métodos proibidos.

Fonte: Record on-line

“Bernardo Teixeira assina com a Anicolor / Tien 21 em 2026”


O ciclista Bernardo Teixeira assinou para a época de 2026 com a Equipa Profissional de Ciclismo Anicolor / Tien 21.  

Segundo o diretor desportivo, Rúben Pereira, Bernardo "é um jovem ciclista com bastante talento e em quem a equipa deposita bastante confiança para o futuro.  É mais uma aposta da nossa equipa em ciclistas jovens do ciclismo nacional." 

É português e tem 19 anos (11/07/2006). Nas suas competições de 2025 destacam-se o 11º lugar na 1ª Taça de Portugal Esperanças, 18º lugar na classificação jovem da Tour of Sharjah, 19º lugar no Circuito de Nafarros e 30º lugar na 2ª Taça de Portugal Esperanças. 

"É com muita motivação que me integro nesta equipa, com vontade de aprender, evoluir e contribuir de forma positiva desde o primeiro dia. Encaro 2026 como uma época de crescimento, trabalho consistente e ambição coletiva. Estou focado em dar o meu melhor para alcançarmos bons resultados juntos" afirma Bernardo. 

Mais informação em: 

Pro Cycling Stats: https://www.procyclingstats.com/rider/bernardo-teixeira  

Fonte: Clube Desportivo Fullracing

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