Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A notícia é conhecida desde
terça-feira. O ciclismo na Escandinávia sofre novo golpe no panorama doméstico
com o cancelamento da Volta à Noruega de 2026, e um eventual regresso não está,
para já, nas mãos da organização. Até porque o financiamento do evento dependia
em grande medida do governo norueguês, que cortou subitamente a torneira.
A informação chegou aos
organizadores apenas no fim de semana anterior. “Tivemos uma reunião no
escritório na manhã de segunda-feira e começámos a discutir ‘o que fazemos, o
que podemos fazer’ e rapidamente percebemos, em conjunto com a direção, que não
havia margem para organizar uma corrida profissional em 2026”, explicou o
diretor de prova, Roy Hegreberg, ao Domestique.
A organização teve então de
contactar todas as equipas convidadas para dar a notícia e informar a UCI de
que o evento deverá ser removido do calendário de 2026. Para Hegreberg, foi
particularmente doloroso pensar nos voluntários locais que, ao longo de 13
edições, ajudaram a moldar a corrida e podem agora ver o legado do seu trabalho
diluir-se.
Ainda assim, mantém-se a
esperança de um grande regresso em 2027.
Se as dificuldades financeiras
forem ultrapassadas no próximo ano, Hegreberg acredita que a edição de 2027
poderá assentar nas bases de 2026. Garante que o percurso de 2026 estava
fechado quando a decisão superior mudou tudo. Mas não deverá ser impossível
voltar a obter as mesmas autorizações para 2027.
“Vamos agora usar 2026 para
construir uma base sólida para a edição de 2027. Vou a Oslo reunir com alguns
políticos, porque nos contactaram ao perceber a decisão estúpida que foi
tomada. Estou convencido de que vamos trazer de volta a Volta à Noruega, e espero
fazê-lo como uma corrida ainda melhor, com melhor base, melhor financiamento e
pensamento de futuro”.
“Tínhamos uma etapa muito dura
com duas montanhas realmente altas, algo que estava na lista de desejos há
muitos anos. Vamos tentar recuperá-la para 2027”, disse Hegreberg. O diretor
revela que nomes como Mads Pedersen já estavam pré-confirmados para alinhar no
arranque no próximo ano.
Hegreberg insiste que a
organização foi mantida às escuras todo o tempo. E que não recebeu
esclarecimentos sobre as razões do corte de financiamento. “Nunca nos disseram
nada; não disseram nada antes, mas, através da comunicação social, alguns
políticos afirmaram que se tratava de uma contribuição especial para a Volta à
Noruega e não de um apoio anual habitual”.
Pode visualizar este artigo
em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/tinhamos-uma-etapa-muito-dura-daquelas-de-sonho-organizador-da-volta-a-noruega-que-foi-cancelada-revela-o-tracado-ambicioso-que-tinha-preparado



