domingo, 12 de julho de 2020

“Coronavírus impulsiona uso de bicicletas na França”


Ao redor de Paris, moradores podem obter até 500 euros em subsídios para comprar uma bicicleta elétrica
Por: Liz Alderman - c. 2020 New York Times News Service
Bicicletas: governos estão tentando reanimar a economia, mas não podem depender totalmente do transporte público para levar os trabalhadores ao emprego.  (Benoit Tessier/Reuters)
Enquanto a França ia liberando um dos mais difíceis bloqueios de coronavírus da Europa em maio, um pequeno exército de trabalhadores de rua se espalhou por Paris na calada da noite. Eles derrubaram barreiras de trânsito ao longo das pistas de carros e pintaram símbolos de bicicletas amarelas no asfalto. Pela manhã, quilômetros de “ciclovias corona” foram assentados, repletos de pessoas voltando ao trabalho.
Entre eles estava Christophe Tafforeau, de 52 anos, diretor comercial de uma agência de treinamento profissional, em meio a várias pessoas em seu trajeto pós-confinamento. “É a primeira vez que vou de bicicleta para o escritório, pois não quero arriscar usar o transporte público. Estou aprendendo a fazer da bicicleta meu principal meio de locomoção”, disse Tafforeau, depois de concluir o trajeto de 20 minutos por Paris até seu trabalho perto da Bastilha.
À medida que as cidades europeias emergem das quarentenas, as bicicletas começam a desempenhar um papel central para fazer a força de trabalho se mover novamente. Os governos estão tentando reanimar a economia, mas não podem depender totalmente do transporte público para levar os trabalhadores ao emprego devido à necessidade de distanciamento social. Pelo menos no centro das cidades, as bicicletas são, de repente, um componente improvável na retomada do crescimento econômico.
Os americanos também estão aderindo às bicicletas à medida que o coronavírus limita a atividade e desencoraja o uso do transporte público. Mas na Europa, onde muitas cidades integraram o ciclismo como meio de transporte, a pandemia está acelerando uma transição ecológica para limitar o tráfego de carros e reduzir a poluição, especialmente agora que novas pesquisas fizeram ligações entre o ar poluído e as taxas de mortalidade da Covid-19.
França, Itália, Reino Unido e seus vizinhos estão acelerando centenas de milhões de euros em investimentos em novas infraestruturas para bicicletas e esquemas para fazer com que as pessoas pedalem.
Ao redor de Paris, os moradores podem obter até 500 euros (cerca de US$ 555) em subsídios para comprar uma versão elétrica ou um reembolso de 50 euros para reformar uma magrela velha, o que leva milhares a esperar na fila das lojas. Projetos públicos de aluguel de bikes estão registando uma busca recorde. Com novas vias surgindo diariamente, a venda de bicicletas quadruplicou em cidades europeias que acabaram com o confinamento domiciliar, com varejistas de Bruxelas a Tirana relatando escassez.
“Esta crise deixou claro que precisamos mudar a maneira como vivemos, trabalhamos e nos movemos. Na era do distanciamento social, as pessoas são cautelosas em usar o transporte público, e as cidades não comportam mais carros. Por isso, todos veem a bicicleta como um modo natural de mobilidade para o futuro”, afirmou Morten Kabell, executivo-chefe da Federação Europeia de Ciclistas.
As autoridades dizem que a necessidade de distanciamento social as deixa sem escolha. As cidades europeias reduziram a capacidade de metrôs, ônibus e trens suburbanos em até 80 por cento. Só em Paris, cerca de dez milhões de pessoas utilizavam o transporte público todos os dias antes da quarentena; hoje, para manter o espaço entre os passageiros, o sistema permite apenas dois milhões, embora as restrições estejam sendo gradualmente eliminadas este mês.
Para gerenciar o fluxo e evitar que os carros voltem às ruas, as autoridades pediram às empresas que mantenham os funcionários trabalhando em casa quando possível, e que alternem os turnos para as pessoas que devem ir trabalhar. As calçadas estão sendo ampliadas para acomodar mais pedestres. E motoristas solitários são encorajados a formar grupos de carona com passageiros usando máscara.
“Há cerca de cinco ou seis anos, falávamos em mudar de combustível fóssil para carros elétricos. Agora, estamos falando de mudar de qualquer tipo de carro para outros veículos – especialmente bicicletas”, disse Christophe Najdovski, vice-prefeito de Paris para transportes e espaços públicos.
O governo britânico lançou este mês um fundo de 250 milhões de libras (cerca de US$ 310 milhões) para destinar mais espaço público aos ciclistas, ampliar calçadas e criar corredores somente para bikes e ônibus. A medida expande um programa de “ciclo para o trabalho” apoiado pelo Estado, junto com os empregadores, que, segundo estimativa do governo, poderia economizar oito bilhões de libras por ano à medida que as pessoas se exercitam mais.
Milão introduziu um programa Strade Aperte, ou “ruas abertas”, criando 35 quilômetros de novos caminhos para ciclistas e pedestres como parte de um projeto maior para transformar o centro da cidade e diminuir a poluição. O governo italiano introduziu um subsídio de 70 por cento para a compra de bicicletas.
Os berlinenses ofereceram flores aos trabalhadores que delimitavam ciclovias pela capital alemã, onde as autoridades da cidade estão avançando com um programa previamente planejado para favorecer pedestres e ciclistas.
Paris está à frente do grupo nessa transformação. Antes do coronavírus, a cidade já havia adicionado cerca de mil quilômetros de ciclovias protegidas nos últimos anos, retirando carros das principais ruas e avenidas.
A prefeita Anne Hidalgo também determinou que as vias próximas ao Rio Sena se destinam a ciclistas e pedestres, e fechou faixas de avenidas muito movimentadas – atraindo a ira dos críticos, que disseram que essas mudanças criaram maiores engarrafamentos e mais poluição.
Enquanto a França se preparava para suspender sua quarentena nacional, Hidalgo ordenou que as equipes de trabalho criassem ciclovias ao redor de Paris e de seus subúrbios o mais rápido possível, durante a noite, com o objetivo de adicionar 50 quilômetros até junho, seguindo os trilhos de metrô e de trens suburbanos.
A Rue de Rivoli, uma das mais congestionadas do centro de Paris, agora está totalmente reservada para bicicletas, ônibus e táxis. As ciclovias são temporárias, mas Najdovski observou que a cidade pode considerar torná-las permanentes “se funcionarem”.
Essa ainda é uma questão em aberto. Embora as ciclovias sejam projetadas para manter os ciclistas seguros, os hospitais de Paris relataram um aumento de lesões entre eles, além de pedestres abalroados. O aumento do uso da bicicleta também criou um problema de estacionamento que a cidade está tentando resolver, garantindo espaço em estacionamentos e criando abrigos de bicicletas seguros.
“O coronavírus mudou o paradigma na maneira como as pessoas se deslocam. Elas estão acordando e vendo uma nova ciclovia em frente à sua porta. A experiência tem mostrado até agora que, assim que uma nova ciclovia é delimitada, as pessoas começam a usá-la”, comentou Najdovski.
Foi o caso de Tafforeau, que comprou uma bicicleta usada no dia em que a França suspendeu o confinamento. “Quando você vê pessoas no transporte público que não respeitam as medidas de segurança de saúde, é assustador. Risco zero não existe, mas você pode minimizá-lo usando a bicicleta.”
Tafforeau, um homem bem vestido, não estava acostumado a andar de bicicleta na cidade. Mas, quando se juntou à multidão que voltava a trabalhar na agência de treinamento profissional na Bastilha, ele se sentiu seguro nas ciclovias, que tinham barreiras de concreto para manter os carros longe. “Todas essas ciclovias me motivaram”, disse ele.
Durante o trajeto saindo de seu apartamento no bairro de Montmartre, ele se encantou ao ver Paris sob o céu azul e se sentiu energizado com o exercício, mesmo que a volta para casa fosse mais difícil. Ele levou 20 minutos para chegar – apenas dez minutos a mais do que o habitual pelo metrô.
Em um dia de semana recente, Tafforeau esperava em uma fila em frente ao Au Réparateur de Bicyclettes, a loja onde havia comprado sua magrela, para comprar outros acessórios. O proprietário, Stephane Cueff, foi forçado a fechar durante o confinamento e enfrentou uma grande queda nas vendas. Com tantas pessoas esperando para comprar ou consertar bicicletas, ele esperava recuperar os lucros perdidos rapidamente.
Ao mostrar a Tafforeau a maneira certa de usar um cadeado especial, Cueff disse estar animado ao ver uma leva crescente de novos ciclistas tomando as ruas. “A bicicleta sempre fez parte da França. Se há um lado bom do coronavírus, é que pode ser que estejamos repensando como vivemos e recuperando parte do que perdemos”, afirmou Cueff.
Fonte: Exame on-line

“UAE Emirates quer ser a melhor equipa de ciclismo do mundo em dois ou três anos”


Diretor geral quer que a equipa dos portugueses Rui Costa, Rui e Ivo Oliveira seja a melhor do mundo “em dois ou três anos”, pretendendo que os seus ciclistas sejam protagonistas em 2020.
O diretor geral da UAE Emirates quer que a equipa dos portugueses Rui Costa, Rui e Ivo Oliveira seja a melhor do mundo “em dois ou três anos”, pretendendo que os seus ciclistas sejam protagonistas em 2020.
“No plano desportivo, queremos ser, não sei se num ano, em dois ou em três, num tempo prudente, a melhor equipa do mundo. É difícil e temos de respeitar os rivais. A INEOS leva muito tempo [de trabalho] e é uma grande estrutura, e a Jumbo-Visma está a crescer em passos gigantes. Sabemos que é complicado, mas também temos de ter objetivos importantes para os tentarmos conseguir”, disse Josean Fernández Matxin, diretor geral da equipa.
Em declarações ao portal especializado Biciciclismo, Matxin diz que esta temporada quer que os seus ciclistas sejam “protagonistas”.
“Não nos fixamos numa corrida em concreto, temos um plantel grande, de 30 corredores, e partilhámos ambições entre todos e queremos ser competitivos em todas as corridas em que vamos participar”, disse.
Com a temporada perto de recomeçar após uma longa pausa causada pela covid-19, Matxín considera que a nova normalidade “é o menos mau”, agradecendo o esforço de União Ciclista Internacional (UCI), equipas e organizadores para o regresso da competição.
Em relação à Volta a França, Matxín apontou o italiano Fabio Aru, vencedor da Volta à Espanha em 2015, secundado pelo esloveno Tadej Pogacar, terceiro na Vuelta em 2019.
“Aru será o líder principal, porque é o que tem mais experiência, enquanto Pogacar chegará com o objetivo de aprender, sem pressão e com a ideia de ver onde pode chegar”, disse.
Fonte: Sapo on-line

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