Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
João Almeida deu uma
conferencia antes do ini João Almeida deu uma conferencia antes do início da
Volta a França de 2025 e o CiclismoAtual marcou presença para ouvir as palavras
do ciclista de A-dos-Francos. João Almeida vai com ambições, está preparado para
substituir Pogacar caso aconteça um imprevisto, considera Vingegaard melhor que
Remco, fala da sua forma física, do poder lutar por um lugar no pódio... e
muito mais!!
P: João, dia anterior ao
início do tour, como é que estão as pernas, a motivação, quais é que são as
sensações?
R: As pernas já estão boas.
Não, está tudo fixe. A motivação está em alta, acho que chegamos num bom
momento de forma. E temos tudo para as coisas que correrem bem. Obviamente é
sempre um início bastante tenso e nervoso. E temos que estar atentos e bem posicionados.
P: Olá João, tudo bem contigo?
No ano passado, disseste-me que os teus objetivos de carreira para o Tour eram
ganhar uma etapa e fazer pódio. Acreditas que esses objetivos são alcançáveis
já este ano?
R: Sim, acho que é um
bocadinho relativo. Venho cá com o objetivo de ajudar o Tadej. Não venho como
líder, então qualquer resultado é sempre secundário. Obviamente se houver essa
sorte e essa oportunidade de poder fazer isso, claramente vou dar o meu melhor.
Mas o objetivo aqui é ajudar o Tadej o máximo que conseguir. E estamos aqui
para ganhar o tour.
P: Vou fazer uma segunda
questão sobre o que pode acontecer na corrida em si. No ano passado, os vossos
adversários atacaram-vos muito com ritmos elevados, tentando desgastar o Tadej
dessa forma. Acreditas que pode haver novas táticas este ano?
R: Sim, mas acho que no final
de contas são etapas muito duras. Vão ser sempre as pernas que vão falar mais
alto. Acho que ambas as equipas, como nós e a Visma, são os principais rivais.
Temos equipas muito fortes, quase equivalentes. Portanto, acho que estamos um
bocadinho no mesmo passo. E acho que as pernas vão falar mais alto. Obviamente
taticamente há sempre várias coisas que se podem jogar também é relativo.
Muitas vezes, em situações de corrida, depois depende da jogada naquele dia,
naquele momento, se há atletas mais atrasados ou não. Portanto, temos de estar
sempre preparados para tudo e para os adversários não nos surpreenderem.
P: Sabemos que estão focados
na vitória do Pogacar, mas se acontecer algum tipo de contrariedade, sentes-te
preparado para assumir a liderança da equipa?
R: Sim, de uma boa forma
física. Acho que não há nada que me impeça de fazer isso. Esperemos que
obviamente nada aconteça de mal mas se alguma coisa mal ocorrer, algo não
correr bem, estamos sempre preparados para dar o nosso melhor. Mas também temos
que ser realistas claramente, o Tadej está num nível acima. Os adversários
estão muito fortes também. Acho que mudaria bastante a dinâmica de corrida, mas
temos lá o nosso melhor.
P: Não sei se as táticas já
estão definidas, se vão ser definidas etapa a etapa, mas há muito que possa
antever o seguinte cenário. Tu poderes ser, tendo em conta o resultado que
fizeste o ano passado, tendo em conta a temporada que estás a fazer, tu poderes
ser lançado como isco para a concorrência ou então seres o último a ficar como
o Tadej. Já há essa tática definida? Tu seres o último a ficar ou poderes ser
lançado como isco para obrigar os adversários a te perseguir, por exemplo?
R: Ainda vamos ter uma reunião
hoje mais logo para falar mais especificamente de tudo. Ainda não sabemos
especificamente tudo, mas acho que ser o último homem do Tadej, há sempre dias
menos bons. Se os meus colegas se sentirem melhor e forem mais fortes,
conseguirem fazer um trabalho melhor e ficarão mais para o fim. Mas ser o
último homem e só haver a situação de corrida propicia para isso acontecer, se
calhar ser um isco, acho que na minha opinião seria bom de aproveitar. E isso
seria um win-win para toda a gente. Portanto, é tudo uma questão da situação de
corrida.
P: Tiveste algumas questões de
saúde nos últimos anos. Tiveste dois testes positivos à Covid e tiveste também
uma amigdalite no ano passado. Como é que essas situações te transformaram num
ciclista melhor para chegar a esta temporada em que tu... O que é que está
diferente do João de 2020, 2021, para o João Almeida que vai começar o Tour
amanhã?
R: Sim, de facto, não fico
doente muitas vezes, mas sempre que fico é sempre numa altura que não é muito
boa, é sempre nas corridas. Acho que não tem nada de bom ficar doente, mas
pronto, é sempre duro mentalmente. E quando ultrapassamos obstáculos, como se
costuma dizer, o que não nos mata torna-nos mais fortes e passa um bocadinho
por aí. Mas acabamos por superar isso e tornamos mais fortes. Mas pessoalmente
acho que quando fico doente vou bastante abaixo fisicamente e demoro a voltar a
ficar em forma, mas faz parte do ciclismo. Acho que de 2020 e 2021, a diferença
é que estou mais maduro, mais experiente, também ao longo dos anos vou
percebendo como é que o nosso corpo funciona. O que é que funciona para mim, o
que é que não funciona. É toda uma luta de dar o nosso melhor e tentar evoluir
o máximo possível, mas principalmente mais experiência e mais anos disto, como
se costuma dizer.cio da Volta a França de 2025 e o CiclismoAtual marcou
presença para ouvir as palavras do ciclista de A-dos-Francos. João Almeida vai
com ambições, está preparado para substituir Pogacar caso aconteça um
imprevisto, considera Vingegaard melhor que Remco, fala da sua forma física, do
poder lutar por um lugar no pódio... e muito mais!!
P: João, dia anterior ao
início do tour, como é que estão as pernas, a motivação, quais é que são as
sensações?
R: As pernas já estão boas.
Não, está tudo fixe. A motivação está em alta, acho que chegamos num bom
momento de forma. E temos tudo para as coisas que correrem bem. Obviamente é
sempre um início bastante tenso e nervoso. E temos que estar atentos e bem posicionados.
P: Olá João, tudo bem contigo?
No ano passado, disseste-me que os teus objetivos de carreira para o Tour eram
ganhar uma etapa e fazer pódio. Acreditas que esses objetivos são alcançáveis
já este ano?
R: Sim, acho que é um bocadinho
relativo. Venho cá com o objetivo de ajudar o Tadej. Não venho como líder,
então qualquer resultado é sempre secundário. Obviamente se houver essa sorte e
essa oportunidade de poder fazer isso, claramente vou dar o meu melhor. Mas o
objetivo aqui é ajudar o Tadej o máximo que conseguir. E estamos aqui para
ganhar o tour.
P: Vou fazer uma segunda
questão sobre o que pode acontecer na corrida em si. No ano passado, os vossos
adversários atacaram-vos muito com ritmos elevados, tentando desgastar o Tadej
dessa forma. Acreditas que pode haver novas táticas este ano?
R: Sim, mas acho que no final
de contas são etapas muito duras. Vão ser sempre as pernas que vão falar mais
alto. Acho que ambas as equipas, como nós e a Visma, são os principais rivais.
Temos equipas muito fortes, quase equivalentes. Portanto, acho que estamos um
bocadinho no mesmo passo. E acho que as pernas vão falar mais alto. Obviamente
taticamente há sempre várias coisas que se podem jogar também é relativo.
Muitas vezes, em situações de corrida, depois depende da jogada naquele dia,
naquele momento, se há atletas mais atrasados ou não. Portanto, temos de estar
sempre preparados para tudo e para os adversários não nos surpreenderem.
P: Sabemos que estão focados
na vitória do Pogacar, mas se acontecer algum tipo de contrariedade, sentes-te
preparado para assumir a liderança da equipa?
R: Sim, de uma boa forma
física. Acho que não há nada que me impeça de fazer isso. Esperemos que
obviamente nada aconteça de mal mas se alguma coisa mal ocorrer, algo não
correr bem, estamos sempre preparados para dar o nosso melhor. Mas também temos
que ser realistas claramente, o Tadej está num nível acima. Os adversários
estão muito fortes também. Acho que mudaria bastante a dinâmica de corrida, mas
temos lá o nosso melhor.
P: Não sei se as táticas já
estão definidas, se vão ser definidas etapa a etapa, mas há muito que possa
antever o seguinte cenário. Tu poderes ser, tendo em conta o resultado que
fizeste o ano passado, tendo em conta a temporada que estás a fazer, tu poderes
ser lançado como isco para a concorrência ou então seres o último a ficar como
o Tadej. Já há essa tática definida? Tu seres o último a ficar ou poderes ser
lançado como isco para obrigar os adversários a te perseguir, por exemplo?
R: Ainda vamos ter uma reunião
hoje mais logo para falar mais especificamente de tudo. Ainda não sabemos
especificamente tudo, mas acho que ser o último homem do Tadej, há sempre dias
menos bons. Se os meus colegas se sentirem melhor e forem mais fortes,
conseguirem fazer um trabalho melhor e ficarão mais para o fim. Mas ser o
último homem e só haver a situação de corrida propicia para isso acontecer, se
calhar ser um isco, acho que na minha opinião seria bom de aproveitar. E isso
seria um win-win para toda a gente. Portanto, é tudo uma questão da situação de
corrida.
P: Tiveste algumas questões de
saúde nos últimos anos. Tiveste dois testes positivos à Covid e tiveste também
uma amigdalite no ano passado. Como é que essas situações te transformaram num
ciclista melhor para chegar a esta temporada em que tu... O que é que está
diferente do João de 2020, 2021, para o João Almeida que vai começar o Tour
amanhã?
R: Sim, de facto, não fico
doente muitas vezes, mas sempre que fico é sempre numa altura que não é muito
boa, é sempre nas corridas. Acho que não tem nada de bom ficar doente, mas
pronto, é sempre duro mentalmente. E quando ultrapassamos obstáculos, como se
costuma dizer, o que não nos mata torna-nos mais fortes e passa um bocadinho
por aí. Mas acabamos por superar isso e tornamos mais fortes. Mas pessoalmente
acho que quando fico doente vou bastante abaixo fisicamente e demoro a voltar a
ficar em forma, mas faz parte do ciclismo. Acho que de 2020 e 2021, a diferença
é que estou mais maduro, mais experiente, também ao longo dos anos vou
percebendo como é que o nosso corpo funciona. O que é que funciona para mim, o
que é que não funciona. É toda uma luta de dar o nosso melhor e tentar evoluir
o máximo possível, mas principalmente mais experiência e mais anos disto, como
se costuma dizer.
P: Tu nesta temporada já tens
nove vitórias e também estás em sexto no ranking mundial (UCI). Acreditas que
estes números podem subir no Tour ou é melhor aguardar para a Vuelta?
R: Sim, tem sido um ano
bastante bom, o melhor ano desde que sou profissional, com mais vitórias. Sim,
acredito que possa subir no ranking. É uma possibilidade. Também acho que todos
os melhores ciclistas do ranking mundial vão estar aqui no Tour. Portanto, acho
que os mais bem posicionados aqui, provavelmente vão subir no ranking. Mas
pronto, não vou propriamente lutar pelo ranking. É uma coisa secundária e que é
um bom indicativo, mas acredito que possa subir, sim.
P: Dizias que eras o último
homem do Tadej. Ele ontem dizia-se honrado por ser um dos favoritos do Tour.
Também é uma honra para ti ser o último homem dele, do melhor ciclista do
mundo?
R: Sim, eu já disse várias
vezes, é uma honra poder fazer parte da equipa no Tour e ser o último homem.
Estamos a falar não só dos melhores ciclistas da atualidade, mas talvez de
sempre. E afinal de contas, fazer parte dessa história, pessoalmente para mim,
dá-me uma motivação extra. E pronto, é um orgulho fazer parte desta equipa.
P: Ontem tivemos declarações
de vários favoritos, não sei se pudeste ler algumas delas. O Remco é o único
que assume que gostaria de fazer melhor do que em 2024. Tu achas que ele poderá
estar ao nível de um Vingegaard, por exemplo?
R: Sim, acho que é possível. O
Tour traz-nos sempre surpresas. Eu acho que é possível, mas acho que o
Vingegaard é um ciclista que nas montanhas é superior. Só há um contrarrelógio
plano e claramente o Remco tem essa vantagem. Mas eu diria que o Vingegaard na
montanha é um ciclista superior, pelo menos à partida deste Tour. E eu, se
pudesse apostar num para fazer segundo, apostava no Vingegaard.
P: E tu em terceiro?
R: Eu gostava, mas falar é
fácil, fazer é outra coisa.
P: A pergunta é um pouco
apelar ao teu instinto de competição. Para alimentar a tua pretensão de pódio,
tu, provavelmente em etapas de montanha decisivas, vais ter que responder aos
dois da frente, nomeadamente ao Pogacar e ao Vingegaard. Sentes que tens essa
capacidade? Ou seja, para estares ali naquela fronteira entre os outros e os
dois da frente e tentares seguir com eles?
R: No final, o que contam não
são os resultados. É ajudar o Tadej o máximo que eu conseguir, por assim dizer,
destruir o resto do pelotão quando eu começar a puxar, fazer a corrida dura nas
subidas. Não levo nenhum objectivo de ter de fazer pódio ou assim, porque é
sempre secundário, tendo em conta esse trabalho. Vou dar, claramente, o meu
melhor, mas é tudo relativo em relação aos adversários. Portanto, não parto com
o objectivo de ter de fazer pódio. Portanto, claramente, acho que vou dar
sempre o meu melhor e seguir o meu instinto, mas temos aqui um objectivo maior,
que é ganhar a Volta à França.
P: Em relação ao ano passado,
tu fizeste aqui algumas mudanças nas provas de início de temporada, incluíste a
Valenciana no teu calendário, estreaste-te também na Figueira da Foz e
regressaste à Volta ao Algarve. O que eu te queria perguntar é se estas
mudanças foram feitas a pensar no Tour e a pensar em melhorar, se calhar, a tua
forma para este Tour?
R: Não, começámos a época,
queria começar um bocadinho mais cedo do que o habitual. Comecei na Volta à
Comunidade Valenciana, que é uma volta que foi bastante boa para mim. Um bom
teste logo no início da temporada. Correu bastante bem. Mas o objetivo era,
pronto, procurar mais oportunidades para ganhar corridas. Pronto, no fundo era
isso, procurar oportunidades e resultados no início da temporada. E
conseguimos. Tivemos um calendário relativamente preenchido, mas bem
equilibrado e conseguimos alcançar os objetivos que quase todos tínhamos, que
eram as próximas corridas quase todas. Acho que foi uma boa parte da primeira
temporada.
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