Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Nos últimos cinco anos, a
Volta a França teve apenas dois nomes a vestir a mítica Camisola Amarela no
degrau mais alto do pódio: Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard. A rivalidade entre
o esloveno e o dinamarquês tem marcado uma era de domínio absoluto na mais
prestigiada das Grandes Voltas. Em 2025, tudo indica que esse duelo voltará a
ser o centro das atenções, mas até quando poderá este domínio resistir?
Alberto Contador, duas vezes
vencedor da Volta a França, acredita que a hegemonia da dupla ainda tem fôlego
para durar mais algum tempo. “Acho que este domínio vai continuar por mais
algum tempo, diria pelo menos mais três anos”, afirmou em entrevista ao jornal
AS. “Não iria além disso, porque estamos a ver uma nova geração de jovens
ciclistas a surgir muito rapidamente, a melhorar constantemente e a ultrapassar
os limites. Portanto, não mais do que três anos, mas sim, eles vão continuar a
dominar durante esse período.”
Relativamente à edição de
2025, Contador não esconde a sua preferência por Pogacar, ainda que reconheça
as virtudes de Vingegaard. “Com base no que vimos até agora, penso que Pogacar
é o favorito. Mas Vingegaard é um ciclista que já sabe o que é preciso para
ganhar a Volta, e também já foi segundo por duas vezes. É extremamente
metódico, detalhista, profissional e nunca perde a concentração, um rival
realmente difícil para Pogacar.”
Os nomes de Remco Evenepoel e
Primoz Roglic aparecem como principais opositores ao duo dominante, mas, na
leitura de Contador, ainda existe uma diferença substancial. “No papel, eles
estão claramente noutro nível”, declarou. “É claro que temos de ver como é que
a Volta se desenrola e em que condições cada ciclista se encontra, mas sim, são
definitivamente os dois grandes favoritos. Diria que Pogacar tem uma ligeira
vantagem sobre Vingegaard, mas são ambos os favoritos. Os outros estão
provavelmente um passo abaixo.”
Surpreendentemente, Contador
apontou outro nome como potencial ‘quebra-duopólios’: o português João Almeida,
colega de equipa de Pogacar na UAE Team Emirates. “Ainda não vimos o que ele é
capaz de fazer sozinho”, destacou o antigo campeão. “No final do dia, ele faz
parte da UAE Team Emirates e terá de trabalhar para Tadej Pogacar. Mas também é
verdade que, não há muito tempo, Adam Yates conseguiu terminar no pódio da
Volta com o apoio de Pogacar. Portanto, teremos de ver como é que a corrida se
desenrola.”
Contador mostrou-se
impressionado com o desempenho do ciclista português na Volta à Suíça, onde
Almeida venceu a geral de forma autoritária. “Vimos um João Almeida muito forte
na Volta à Suíça e agora vamos ver se ele consegue levar essa forma para a Volta.
Penso que, se Pogacar e Vingegaard não estivessem a correr, ele seria
claramente um candidato à vitória - particularmente na Volta a Itália ou na
Volta a Espanha. É um ciclista muito sólido e está atualmente num grande
momento de maturidade. A única coisa é que tem de lhe ser dada a oportunidade
de o fazer.”
Poucos sabem tão bem quanto
Alberto Contador o que representa vencer em Paris. O espanhol recordou o
impacto da sua vitória na maior corrida do mundo: “A Volta a França é a maior
corrida do mundo e era a que eu sonhava ganhar em criança, era a minha obsessão.
Não pensava nas Clássicas, nos Campeonatos do Mundo, nem sequer na Volta a
Itália ou na Volta a Espanha. Desde o início, para mim, foi sempre a Volta a
França.”
“Imagino que isso seja verdade
para muitos miúdos, mas para mim, aconteceu mesmo e, sem dúvida, é a vitória
mais importante da minha carreira”, concluiu.
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