quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

“Faltam pavês ao longo da época? O percurso dos 4 Dias de Dunquerque 2026 terá um mini-Roubaix”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

A Paris-Roubaix é uma das corridas mais importantes do ciclismo. É provavelmente também a mais difícil de vencer. Não por acaso é conhecida como o “Inferno do Norte”. Em 2026, espera-se uma edição muito entusiasmante, com Mathieu van der Poel e Tadej Pogacar como grandes favoritos ao triunfo. Mas, para quem ficar com apetite por mais, os 4 Dias de Dunquerque oferecem a solução.

Os organizadores dos 4 Dias de Dunquerque revelaram o percurso da edição de 2026 e o aspeto mais marcante não é a sua extensão - 5 etapas, como em 2025 -, mas sim uma terceira etapa com marcado caráter de clássica do Norte. Nesse dia, o pelotão enfrentará 22 quilómetros de pavê antes de terminar em Wallers-Arenberg, no coração do traçado da Paris-Roubaix.

A prova decorrerá de 20 a 24 de maio de 2026, antecedida por uma corrida de um dia no dia 19 de maio. O percurso mantém elementos reconhecíveis: a tradicional etapa decisiva com circuito em Mont Cassel, o fecho em Dunkerque e uma partida inicial em Laon, ponto de arranque já utilizado em edições anteriores.

A grande novidade surge no terceiro dia, desenhado entre La Sentinelle e Wallers-Arenberg, um trajeto de 155 quilómetros que se torna o centro da edição. Os corredores enfrentarão múltiplos setores de empedrado, incluindo várias passagens pela chamada secção Bernard Hinault, o último setor da Paris-Roubaix antes da entrada na mítica floresta de Arenberg. Contudo, o setor icónico em si não fará parte do percurso.

 

Precedentes recentes

 

Na edição de 2025, Samuel Watson venceu a classificação geral após cinco dias, batendo o compatriota Lewis Askey e o espanhol Carlos Canal.

O corredor da Movistar Team completou uma grande época, com esse 3º lugar em Dunkerque como melhor momento, a par do segundo posto na Coppa Agostoni, perdendo apenas para Adam Yates devido a um problema mecânico no momento errado.

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"Não tenho menstruação desde 2014": Ciclista norte-americana afasta-se temporariamente da competição para dar prioridade à saúde”


Por: Miguel Marques

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O ciclismo é um desporto extremamente exigente, dos mais duros do mundo. No pelotão feminino não há exceções. Há muitas atletas que sofrem demasiado para competir ao mais alto nível, época após época, como Veronica Ewers. A ciclista da EF Education-Oatly, de 31 anos, decidiu afastar-se temporariamente da competição por esse motivo.

Ewers revelou recentemente que análises sanguíneas confirmaram que os seus níveis hormonais estavam “ainda praticamente inexistentes”, apesar dos esforços de recuperação. A partir daí, percebeu que não podia continuar a tentar treinar e competir enquanto o corpo mal respondia.

A própria ciclista foi direta: “Não tenho menstruação desde 2014. Os meus ossos estão fracos. A minha função gastrointestinal é uma porcaria”. Estas conclusões, somadas aos efeitos persistentes do seu distúrbio alimentar, deixaram-na no limite.

A norte-americana já tinha passado grande parte de 2024 a tentar melhorar a saúde, e regressou ao pelotão em 2025 com a ambição de conciliar competição e recuperação. Mas depressa percebeu que era uma combinação impossível.

Sem competir na segunda metade de 2024 e longe das melhores em 2025, não era assim que Ewers imaginava a sua carreira profissional. Sobretudo depois de ter sido 4ª na geral na Volta a Itália Feminina há apenas dois anos. Por isso, não estava disposta a aceitar resultados destes à custa de complicações graves de saúde.

“Tentar render, o que fisicamente não consigo até as minhas hormonas recuperarem (estabilizarem), enquanto tento recuperar, o que não consigo enquanto continuar a tentar render ao mais alto nível, era como bater com a cabeça na parede”, escreveu.

Teve de escolher e optou pela recuperação total. “Não vou competir nem treinar em 2026”, anunciou.

 

Uma década de sequelas

 

Ewers relatou de forma crua no Substack como o distúrbio alimentar, que começou com ansiedade na infância e piorou na universidade, evoluiu para comportamentos restritivos e depois bulímicos que marcaram os seus 20 anos.

Dessa fase carrega uma longa lista de consequências: dez anos sem menstruar, fragilidade óssea, problemas digestivos constantes e um episódio de quase falência renal em 2023 após desidratação num treino.

O ciclismo, que inicialmente lhe trouxe estabilidade, acabou também por ser um ambiente onde hábitos nocivos regressaram. “A competição não acabava na corrida de ciclismo”, escreveu. “Continuava na cozinha e à mesa”. Esse “demónio”, como o define, reapareceu sobretudo em momentos de lesão e solidão.

Com apoio de especialistas, Ewers trabalha agora para recuperar peso e estabilizar as hormonas. Sabe que afastar-se do desporto implica também reconstruir a identidade. “Não sei quem sou quando não sou atleta”, admite, garantindo, contudo, que não deixará o distúrbio voltar a dominar a sua vida.

A sua intenção, porém, não é dizer adeus para sempre: “O meu objetivo é regressar um dia e mostrar ao mundo do que sou capaz com um corpo funcional. O meu corpo precisa de um reinício completo antes de eu poder estar no meu melhor. Estou farta de ser mediana”, concluiu.

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“Além do Campeonato do Mundo de Ciclocrosse, os Países Baixos também vão acolher o Campeonato da Europa de Estrada em 2028”


Por: Miguel Marques

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Todos os anos, poucos países têm o privilégio de organizar alguma das grandes provas internacionais do calendário velocipédico. Na estrada, os eventos mais cobiçados são o Campeonato do Mundo e o Campeonato da Europa, essencialmente o mesmo que no ciclocrosse. Pois bem, os adeptos neerlandeses terão sorte a dobrar em 2028.

Coincidindo com o centenário da federação KNWU, o país vai receber dois dos eventos mais importantes do calendário: o Campeonato da Europa de Estrada e o Campeonato do Mundo de Ciclocrosse.

Ambas as provas são muito seguidas e aguardadas, não só pelos adeptos, mas também pelos próprios corredores. Sem ir mais longe, os mais recentes vencedores do Campeonato da Europa de Estrada e do Campeonato do Mundo de Ciclocrosse são Tadej Pogacar e Mathieu van der Poel, possivelmente os dois melhores ciclistas do pelotão atual.

A KNWU concebeu 2028 como um ano temático inteiramente dedicado à modalidade, um programa anual que transformará o país num grande polo do ciclismo em pleno ano olímpico. Cada disciplina terá o seu tempo e lugar num projeto que abrange várias regiões.

 

Brabante do Norte, protagonista absoluto

 

A primeira província a aderir ao chamado Dutch Cycling Festival é o Brabante do Norte, que assumirá grande parte do protagonismo. A prova de estrada do Campeonato da Europa disputar-se-á ali, enquanto o Campeonato do Mundo de Ciclocrosse regressará a Hoogerheide pela quarta vez na sua história.

O plano vai além da estrada e da lama: o Brabante voltará também a acolher o Campeonato da Europa de BMX Freestyle, evento já realizado em Eindhoven em 2025.

Os organizadores Libéma Profcycling e Golazo anunciaram o regresso do BMX Freestyle com uma mensagem clara: o evento voltará “ao lugar onde a modalidade e a comunidade urbana realmente se conectam”.

Com todos estes campeonatos espalhados pelo país, os Países Baixos preparam um inédito 2028, em que o ciclismo será parte central da vida desportiva nacional.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/alem-do-campeonato-do-mundo-de-ciclocrosse-os-paises-baixos-tambem-vao-acolher-o-campeonato-da-europa-de-estrada-em-2028

“A época de Vasco Vilaça: tudo o que é intenso não lhe é estranho”


A época de Vasco Vilaça foi marcada por uma intensidade quase palpável, não só pelas competições sucessivas ou pela exigência física, mas pelo peso invisível das expectativas: as dele próprio, as de quem gosta dele, e as que foram surgindo à medida que os números ficavam claros no ranking mundial. Durante meses, viveu entre o foco absoluto e um nervoso miudinho que o acompanhava antes de cada prova, como se “Lose Yourself”, do Eminem, estivesse sempre a tocar algures no fundo da cabeça.

Apesar de tudo, houve momentos que trouxeram leveza. A semana em Yokohama, por exemplo, foi como um espaço de descontração num ano que só viria a tornar-se mais sério. As expectativas eram baixas, o ambiente descontraído, e o Vasco permitiu-se brincar e rir, quase como se estivesse a começar do zero. Mas esse estado de espírito não durou muito: a partir daí, a luta pelo pódio mundial tomou conta de tudo. E tudo é mesmo quase tudo.

Para a história fica um 2025 repleto de resultados fantásticos, mas nem tudo foram sorrisos, A queda em Abu Dhabi, nas estafetas mistas, ficou-lhe atravessada, não apenas por si, mas pelos colegas. A prova estava a correr tão bem, e sentir que a equipa não teve o desfecho que merecia pesou-lhe mais que qualquer falha individual. E houve ainda dias como Alghero, onde sprintou para o último lugar, algo inédito. Ainda assim, recusa falar sobre merecer ou não merecer:

 

“Houve muitas provas em que queria mais, mas merecer? Não. O que merecia era trabalhar mais para a próxima”

 

Mas também houve momentos que o marcaram pela positiva. Em Fréjus, ao perceber que tinha subido a segundo do ranking mundial, Vasco viu confirmar-se algo que até então parecia demasiado frágil para acreditar: estava mesmo a correr bem. Aquele instante deu-lhe a validação de que precisava para continuar, mesmo quando a época se tornava cada vez mais densa.

No fundo, o maior ensinamento que tirou deste ano foi sobre si próprio: “Aprendi que sou resiliente, que consigo manter foco e consistência numa temporada longa, com várias provas e muita pressão. Que consigo responder quando conta mais, mesmo com desgaste físico e mental”. No fundo, percebeu que consegue não por ser fácil, mas precisamente porque não é.

As emoções culminaram na Austrália. O pódio daquele dia carregava mais do que um resultado: tinha os pais na plateia, a equipa da federação a gritar por ele, o Ricky e o Pituca que o tinham ajudado decisivamente, e um mar ensurdecedor de adeptos, a maioria a torcer pelo Hauser. Foi ali, no meio desse turbilhão, que esteve mais perto de chorar — de alívio, de orgulho, de exaustão, de felicidade. E com ele, nós, todos nós, os amantes do desporto, os fãs do triatlo, os que nunca duvidaram de que Portugal voltaria a escrever o seu nome nas mais belas páginas da modalidade.

Fora das competições, Vasco manteve os seus rituais simples: a primeira mensagem depois de cada prova seguia sempre para o grupo “Família Vilaça”, uma tradição inabalável, assim como responder aos tik toks da Gemma. O snack de eleição continuou a ser o mesmo de sempre, Red Bull e arroz com ketchup; e, com o seu humor habitual, admite que “trocaria de corpo com o Pituca só para perceber como é dormir abraçado ao Ricky”.

Mas o que nunca lhe saiu do coração foram as pessoas. A relação diária com o Pituca e com o Ricardo, incondicional nos bons e maus dias. Na hora do balanço, aproveita para fazer um agradecimento:  “Ao Bruno Salvador, ao Bruno Pais e ao nosso presidente, Fernando Feijão. Acreditaram em mim durante toda a época e apoiaram todas as minhas decisões e pequenos caprichos, para sonharmos juntos até à finalíssima na Austrália. Conseguimos usar os recursos disponíveis da forma mais benéfica, nas provas e nos estágios. Foi incrível. Obrigado!”

No fim, esta época foi mais do que um conjunto de provas: foi uma viagem emocional que o pôs à prova, levantou, derrubou e reconstruiu. Uma época intensa, imperfeita e profundamente humana, exatamente o tipo de época que faz um atleta crescer. E Vasco Vilaça sai dela com uma certeza tranquila: o melhor ainda está para vir.

 

Texto elaborado com base num questionário com as seguintes perguntas:

 

1 Como descreves esta época numa palavra?

2. Qual foi o momento em que pensaste: “Ok, isto está mesmo a correr bem”?

3. E o momento em que só te apetecia largar tudo e ir comer um pastel de nata?

4. Há alguma prova que tenha ficado atravessada, aquela que ainda hoje pensas “eu merecia mais ali”?

5.O que é que mais aprendeste sobre ti nesta época?

6. Quem foi o primeiro a receber uma mensagem depois da melhor prova da época?

7. Se a tua época tivesse uma banda sonora, que música seria?

8. Qual foi o momento mais divertido da época, dentro ou fora da competição?

9. E aquele momento em que quase choraste (de raiva, cansaço ou alegria)?

10. Qual foi o snack mais bizarro que comeste, este ano, antes ou depois de competir?

11. Se pudesses trocar de corpo com outro triatleta por um dia, quem escolhias e porquê?

12. Há alguma pessoa ou gesto que te tenha tocado particularmente durante a época?

Fonte: Federação Triatlo Portugal

“O ciclista João Silva assinou para a época de 2026 com a Equipa Profissional de Ciclismo Anicolor / Tien 21”


Segundo o diretor desportivo, Rúben Pereira, João Silva “é um jovem que vai para o seu primeiro ano enquanto profissional, é um ciclista com bastante talento, que que precisa de tempo para evoluir. Acreditamos nas capacidades do João e de certeza que será um dos jovens de referência nos próximos anos no ciclismo nacional.”

É português e tem 18 anos (15/01/2007). Nas suas competições de 2025 destacam-se o 12º lugar no prólogo e 13º lugar na classificação geral do Grande Prémio do Minho e o 17º lugar no Campeonato Nacional de Portugal MJ – ITT.

"Sinto-me muito feliz e motivado por ter a oportunidade de integrar esta grande estrutura e por começar esta nova etapa da minha vida. Acredito que 2026 será um ano de grande evolução. E estou muito motivado para contribuir com trabalho e dedicação. Tudo farei para cumprir com o que me for pedido no sentido de atingir os objetivos de equipa” afirma João Silva.

Fonte: Clube Desportivo Fullracing

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