Agridoce é a palavra escolhida por Madalena Almeida pra definir a época de 2025. Um ano que trouxe momentos luminosos e outros que deixaram um sabor difícil de engolir, mas que, no final, lhe mostrou exatamente onde pertence e quem a sustenta: a família e os amigos.
Sorriu sempre que começou a
correr no grupo da frente. Foram esses momentos que a encheram de esperança e
de confiança de que estava onde queria estar, a competir com as melhores, ao
nível que sabe ter. Mas houve também o dia em que só queria largar tudo. Depois
do Europeu de distância olímpica em Istambul, após semanas em altitude e
praticamente uma viagem direta para competir, o corpo e a cabeça pediam apenas
uma coisa: casa. Uma pausa. Um regresso ao conforto do familiar.
Entre os episódios que ficaram
atravessados, há um que não lhe sai da memória: a Taça do Mundo de Huatulco. As
condições meteorológicas e o percurso levaram o grupo da Madalena a enganar-se
no segmento de ciclismo. Uma frustração grande, porque sentia que merecia mais,
e porque o erro não refletia o seu nível competitivo naquela altura.
Ainda assim, 2025 trouxe
aprendizagens importantes. A maior de todas? Que para se sentir bem, o que
realmente importa é estar rodeada das suas pessoas, aquelas que a equilibram,
que lhe devolvem calma e sentido mesmo quando o mundo gira depressa demais. É
por isso que, aconteça o que acontecer, há sempre um ritual no final de cada
prova: ligar para o pai, porque partilhar a jornada é tão importante quanto
vivê-la.
Se esta época tivesse uma
banda sonora, seria o novo álbum da Taylor Swift, especialmente “The life of a
showgirl”. Acompanhou-a em vários fins de semana de prova, tocado em repeat,
como quem se ancora a algo familiar antes de competir. Embalada pelo som,
Madalena teve momentos de pura alegria. A prova de Hamburgo, a sua primeira
estafeta em WTCS, foi um desses. Competir com alguns dos seus melhores amigos
tornou aquele fim de semana especial, leve, divertido, inesquecível.
Mas também houve lágrimas
guardadas. Na Taça do Mundo de San Pedro de la Paz, a única prova do ano que
não conseguiu terminar, sentiu a mistura crua de frustração e tristeza. Por
vezes o corpo não responde, e aceitar isso é das lições mais duras do desporto.
Snacks bizarros? Nenhum. A
Madalena admite que é esquisita com comida: aventura gastronómica não faz parte
da rotina competitiva.
Se pudesse trocar de corpo com
outro triatleta, seria com Miguel Tiago Silva, só para saber o que é nadar
sempre na frente sem parecer que se está a esforçar. Um superpoder que muitos
no triatlo gostariam de experimentar.
E entre todos os momentos
marcantes, houve um gesto que ficou gravado: a chegada da estafeta em São
Martinho do Porto, com a Inês Rico e a Matilde Santos. Um cruzar de meta que
não foi só uma meta, foi um abraço coletivo, uma partilha de esforço, amizade e
orgulho.
Agridoce. Assim foi 2025 para
Madalena Almeida. Um ano com curvas, tropeções, sorrisos genuínos,
aprendizagens profundas e certezas renovadas.
Texto
elaborado com base num questionário com as seguintes perguntas:
1 Como descreves esta época
numa palavra?
2. Qual foi o momento em que
pensaste: “Ok, isto está mesmo a correr bem”?
3. E o momento em que só te
apetecia largar tudo e ir comer um pastel de nata?
4. Há alguma prova que tenha
ficado atravessada, aquela que ainda hoje pensas “eu merecia mais ali”?
5.O que é que mais aprendeste
sobre ti nesta época?
6. Quem foi o primeiro a
receber uma mensagem depois da melhor prova da época?
7. Se a tua época tivesse uma
banda sonora, que música seria?
8. Qual foi o momento mais
divertido da época, dentro ou fora da competição?
9. E aquele momento em que
quase choraste (de raiva, cansaço ou alegria)?
10. Qual foi o snack mais
bizarro que comeste, este ano, antes ou depois de competir?
11. Se pudesses trocar de
corpo com outro triatleta por um dia, quem escolhias e porquê?
12. Há alguma pessoa ou gesto
que te tenha tocado particularmente durante a época?
Fonte: Federação Triatlo
Portugal

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