Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O director desportivo da
Efapel Cycling recorda como, após o fim do projecto Katusha, construiu a base
de uma nova equipa portuguesa e conquistou a confiança da empresa que hoje
patrocina o seu projecto.
Quando terminou o projecto
Katusha, José Azevedo procurou novos caminhos no ciclismo profissional. “Tive
ali um período na equipa da Delko, um projecto que lançaram, mas que acabou
quase por não arrancar. Houve ali alguns problemas que não permitiram ao novo
investidor da equipa pôr em prática aquilo que tinham falado”, começa por
contar em conversa com o Sobr’Watts.
Esse período de incerteza
acabou por abrir espaço a uma nova ideia. “Houve ali um tempo em que tive mais
liberdade e pensei: Porque não montar um projecto em Portugal onde eu pudesse
aplicar o meu conhecimento e construir uma equipa? Havia oito ou nove equipas
na altura, seria mais uma, que pudesse contribuir para que o nosso ciclismo
melhorasse. Nunca foi ‘vamos ser diferentes, vamos mostrar como se faz’. Era
sermos mais uma equipa, a juntarmo-nos ao que existe, para ajudar o nosso
ciclismo a crescer.”
O
encontro com o Engº Américo Duarte
Com essa ambição, Azevedo começou a trabalhar num dossier que pudesse apresentar a potenciais patrocinadores. “Comecei a montar um dossier para poder apresentar a várias empresas. Surgiu um dia um encontro, num almoço, onde estava o Engenheiro Américo Duarte. Eu não o conhecia muito bem, e ele também não me conhecia muito bem. A única coisa que podíamos falar era de ciclismo, não havia mais nenhum tema. Então falámos sobre ciclismo, sobre o que estava a fazer, o que ia fazer, e eu partilhei a ideia que tinha em mente: criar um projecto para o ano de 2022. Estávamos no início de 2021. O Engenheiro disse-me que, para 2022, a Efapel estava livre.”
O antigo ciclista português
recorda o impacto dessa conversa: “Eu disse-lhe que era uma pena uma empresa
como a Efapel não continuar no ciclismo. Que era uma pena perder uma empresa
que tanto aporta ao ciclismo.”
A resposta de Américo Duarte
foi decisiva. “Ele disse-me: Não. A Efapel, para o ano, está livre e vai
continuar no ciclismo. Ainda não sei como, se vou fazer uma equipa, se vou
patrocinar uma equipa, se vou patrocinar corridas. Eu ainda não sei como, mas
sei que a Efapel vai continuar no ciclismo. Ele disse-me ainda: Quando você
tiver o seu projecto concluído, ligue-me, que eu gostava de o ver.”
A partir daí, o projecto
começou a ganhar forma. “Umas semanas depois marcámos uma reunião. Levei o meu
dossier e começámos: uma reunião, outra reunião. Durante esses meses houve mais
pessoas que também contactaram a Efapel, porque sabiam que a empresa ia estar
livre.”
No final, a escolha recaiu
sobre o projecto de Azevedo. “Depois o Engenheiro acabou por decidir escolher o
meu projecto. As razões que o levaram a decidir pelo meu projecto não sei, nem
me interessa. Mas foi assim que as coisas se passaram.”
E deixa um esclarecimento
sobre a forma como o processo decorreu. “Há muitas histórias aí. Fala-se de
atitudes de má-fé, de ‘roubar’. Não foi assim a história. A história é como eu
a estou a contar.”
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