Por: Miguel Marques
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O primeiro Campeonato do Mundo
realizado em solo africano já pertence à história, mas, nos bastidores, a
Federação Ruandesa de Ciclismo trabalha num plano para manter o impulso durante
os próximos anos. Em conjunto com a União Ciclista Internacional, os ruandeses
exploram atualmente várias possibilidades, que vão da valorização do atual Tour
du Rwanda à criação de uma nova corrida.
Antes do evento arco-íris de
2025, o local foi amplamente debatido devido ao contexto do país. O regime
ditatorial no Ruanda esteve diretamente envolvido na guerra civil na República
do Congo, o seu vizinho a oeste. Os Campeonatos do Mundo ofereceram, assim, uma
oportunidade de ouro para polir a imagem do regime.
Mas, apesar de todos os
receios, o evento decorreu sem qualquer complicação. Por isso, os Mundiais de
Kigali foram considerados um enorme sucesso pela UCI, tanto no plano desportivo
como organizativo.
A UCI e a Federação Ruandesa
de Ciclismo trabalham agora para garantir que os Campeonatos do Mundo não
fiquem como um evento único, lembrado como uma oportunidade perdida para
construir algo maior para as gerações futuras.
"Queremos que os últimos
Campeonatos do Mundo deixem um legado", explica o presidente da federação
ruandesa, Samson Ndayishimiye, em entrevista ao La Derniere Heure.
"Estamos neste momento a explorar a melhor abordagem. Precisamos de definir
a melhor data para organizar uma corrida de ciclismo, mas também temos de
ponderar o melhor formato. Queremos apresentar um pelotão forte".
Rumo ao World Tour
O Tour du Rwanda é já uma
corrida UCI 2.1 anual, normalmente disputada no final de fevereiro, com várias
equipas de topo habituadas a fazer a viagem. "Mas a ideia é ambicionar um
estatuto superior".
Com a reputação reforçada de
ter acolhido a maior corrida de um dia do mundo, é provável que ainda mais
equipas considerem uma deslocação ao Ruanda. Um bloco mais alargado de corridas
na região (não necessariamente apenas no Ruanda) poderia tornar a viagem mais
apelativa para formações de maior nomeada.
A médio prazo, esta corrida
até poderá integrar o World Tour. O maior obstáculo é a colisão de datas com
dois eventos World Tour, o UAE Tour e a Omloop Het Nieuwsblad, o que torna
improvável a realização simultânea de uma terceira prova World Tour.
"A vontade coletiva
existe, mas precisamos de analisar tudo com calma para tomarmos as decisões
certas. Não há um prazo rígido, mas o projeto poderá arrancar em 2027".
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