sexta-feira, 27 de junho de 2025

"Pensei: para quem é que estou a fazer ciclismo?" Arnaud de Lie fala dos seus dramas e do momento em questionou a continuidade no ciclismo”


Por: Miguel Marques

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Aos 23 anos, Arnaud De Lie é já uma das figuras mais reconhecíveis do ciclismo belga, mas o caminho até aqui não foi fácil. O ciclista da Lotto falou recentemente ao Sporza sobre os desafios mentais que enfrentou desde que se tornou profissional e como conseguiu reencontrar equilíbrio numa carreira marcada por lesões, pressão mediática e exigências precoces.

"Tentei aceitar esses pontos baixos, o que não foi fácil. A certa altura, pensei: para quem é que estou a fazer ciclismo? As pessoas têm expectativas, mas eu quase o fiz pelos outros e não por mim. Agora faço isso", afirmou. "Agora tento tirar o positivo do negativo. É nisso que me concentro e isso tem de partir de nós próprios. As pessoas podem encorajar-te, mas se estiveres convencido de que não vai funcionar, então não vai funcionar".

De Lie reconhece que no passado teve dificuldades em lidar com os resultados abaixo das expectativas, muitas vezes causados por lesões. A frustração tornava-se dominante, e com ela vinham dúvidas e pressão acrescida. "Os meus objetivos não têm de estar centrados nos resultados. Acima de tudo, tenho de me sentir satisfeito e orgulhoso. Quando consegui lugares de honra no início da época na Volta ao Algarve, estava sempre zangado, mas essa não era a atitude correta e não me ajudou".


Para lidar com essa pressão, optou por um afastamento do ruído exterior. Evita ler notícias ou comentários sobre si, algo que considera essencial para manter o foco e a saúde mental. "Vemos as coisas a passar, mas quando me levanto não penso ‘vou ver o que escrevem sobre mim no jornal’. Tento distanciar-me disso e tenho trabalhado muito comigo próprio. Procurei o que me dá prazer".

O belga admite que, em tempos, levou as críticas demasiado a peito. Agora, aprendeu a filtrar o que ouve e lê: "Temos de aprender a avaliar o que nos dizem ou o que dizem de nós. Se as pessoas disserem que temos de melhorar o nosso desempenho, podemos ficar zangados e perguntar por que razão estão a fazer essa acusação. Essa é uma forma de o fazer. Levei as coisas demasiado a peito e coloquei a fasquia demasiado alta".

Com os Campeonatos Nacionais e a Volta a França no horizonte, De Lie entra numa das fases mais importantes da época. Ainda assim, mantém os pés bem assentes na terra e recusa deixar-se levar pela ansiedade. "Vivo mais o momento. Por vezes, penso no Tour, mas não me perguntem pela ordem das primeiras 10 etapas. Fá-lo-ei depois do Campeonato da Bélgica".

Em relação ao seu futuro, o sprinter é claro: tem contrato até 2026 e não quer alimentar rumores sobre eventuais transferências. "Não me deixa nem quente nem frio. Ainda estou sob contrato e sou um homem de palavra. Um contrato é um contrato. E quanto ao resto, é passo a passo: primeiro o Campeonato da Bélgica, depois o Tour e depois o meu futuro".

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