domingo, 1 de outubro de 2017

“Segundo Passeio “O Cantinho do Avô”

Alcanhões recebe mais de duas centenas e meia de amantes da bicicleta, e pedala ao rubro

Texto e fotos: José Morais

Alcanhões, no distrito Santarém, foi o nosso destino este primeiro domingo 1 de outubro, fomos participar no 2º passeio de cicloturismo organizado pelo Núcleo de Cicloturismo “O Cantinho do Avô”, um passeio do calendário oficial da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), que contou com o seu apoio.

A cerca de 80 quilómetros da capital, fica Alcanhões, uma vila ribatejana, ficando a sul da capital de distrito Santarém, teve a presença dos romanos, na parte norte da vila, e encontram-se ruínas daquilo que foram balneários tipicamente romanos, foi também ocupada pelos mouros antes da conquista de Santarém, local onde já existia uma povoação.

Também no século 14, aquele lugar teria servido de ponto de encontro da Corte Real, destacando-se a sua presença sobretudo nos reinados de D. Pedro I e D. Fernando nos Paços Reais de Alcanhões, como comprovam as crónicas de Fernão Lopes.

Foi aqui, em Alcanhões, que se acordou a paz com Castela e Aragão numa situação de grande instabilidade política no reinado de D. Fernando. Foi também aqui que se engendrou o plano definitivo para o assassinato de D. Maria Teles, que era casada com o infante D. João (filho de D. Inês de Castro e de D. Pedro I) e que era irmã da rainha D. Leonor Teles. A herdeira do trono era D. Beatriz, filha do rei.

O assassinato não passava de um pretexto para celebrar o casamento entre o infante D. João e D. Beatriz e, assim, estaria encontrado o herdeiro ao trono. Então, o infante D. João, antevendo a possibilidade de vir a ser Rei de Portugal, decide matar a sua própria mulher, D. Maria Teles em Coimbra. E assim, partem de Alcanhões, onde delinearam o plano definitivo para o assassinato da irmã da rainha D. Leonor, "às pressas". Por este motivo é que, ainda hoje, as pessoas naturais de Alcanhões são adjetivados de "apre”.

E se Alcanhões é uma Vila cheia de história, o passeio deste domingo também o foi, um passeio sem dúvida bem organizado, tanto antes, como durante, ou após o mesmo, com a organização a esmerar-se por dar o seu melhor, tentando satisfazer assim todos os que participaram.

Olhando o evento:

Bem cedo começaram a chegar os participantes, oriundos de diversos locais, com destaque para Tavira, Crato, Coimbra, Pombal, Leiria, Grande Lisboa, e alguns do distrito de Santarém. Confirmando as suas inscrições, preparando as máquinas, que os levaria a percorrer os cerca de 60 quilómetros do trajeto, o qual foi dividido em duas partes, ambas com partida e chegada ao “Cantinho do Avô”, a saída ocorreu pelas 9 horas, e a chegada cerca da 12.45, num trajeto de dificuldade praticamente baixa, e propicia a rolar.

Tivemos uma boa assistência na estrada, o apoio da GNR, e o excelente trabalho na segurança pelo Grupo de Motard Bispos do Asfalto a toda a caravana.

Com uma velocidade propícia à prática do cicloturismo, tentando que o longo pelotão não se partisse, a velocidade foi boa, dando para rolar, porem, temos de manifestar aqui uma parte negativa do evento, que em nada beneficia a modalidade, e envergonha um pouco a organização, não por culpa desta, mas por culpa de alguns participantes que não souberam respeitar a mesma.

Quase no final das pedaladas, e como acontece muitas vezes noutros eventos, às vezes é necessário reduzir a velocidade, e muitas vezes parar, para que tudo se reagrupe, e o pelotão possa circular junto. Primeiro porque é uma segurança para todos, já que às vezes se introduzem viaturas que não pertence à caravana, pondo em risco quem pedala, ou mesmo parar, tudo em prol da segurança.

É certo de que muitos não gostam desta última opção, mas as regras são para cumprir, existe uma organização, e ela é responsável pelo evento, mas… aqui existiu sem dúvida uma falta de respeito, e quando o pelotão parou, muitos foram os que continuaram, ignoraram, pedalando sem proteção, tendo sido mais à frente obrigados a parar pela GNR, para depois reagrupar todo o grupo.

Não posso deixar passar em branco esta atitude, que em nada beneficia a modalidade, e nos relatórios feitos pelas autoridades, em nada é positivo, ainda mais, participantes inscritos no evento, desobedecendo à organização, no caso de haver um acidente, a companhia de seguros pode criar obstáculos, o que em nada abona a favor.

Sendo assim, e passando este momento nada agradável, quem vai participar num passeio organizado e legalizado, tem de ter em conta uma coisa, obedecer a quem organiza, respeitar, tendo sem dúvida o direito no final a colocar as suas queixas, mas terá acima de tudo de respeitar ao longo do passeio, caso não goste ou não esteja de acordo, noutras edições apenas não deve participar, andando assim livremente por onde quiserem, caso contrário terão de se sujeitar às regras.

Tivemos assim um excelente passeio, tirando esta parte negativa, com um excelente abastecimento, com uma diversidade enorme, tanto liquido como sólido, tivemos um almoço final maravilhoso, e um convívio tarde dentro, lembranças para todos, alusivas ao passeio, lembranças especiais para todas as mulheres, e no final a promessa de todos poderem estar presentes na 3ª edição em 2018.

Temos mais uma vez de dar os parabéns à organização pela forma como mais um ano se esmerou por agradar, tentando fazer o seu melhor, uma organização que junta um número sem dúvida imenso de pessoas, com o Núcleo a apoiar no início do passeio, durante o passeio a pedalarem e a orientarem, e no final, também eles a servirem todos os participantes, não esquecendo, todas as senhoras que estiveram por trás, na cozinha para que no final nada faltasse, e tudo corresse bem.

Mas, como a solidariedade terá de estar acima de tudo, temos de relembra que neste passeio existiu uma queda, um elemento de Trajouce, sofreu um aparatoso acidente a meio do percurso, uma vala disfarçada na estrada deu origem a que fosse ao chão, foi transportado ao hospital, temos de referir a rápida intervenção dos Bombeiros de Pernes, e esperemos que não seja nada de grave, e que recupere rapidamente, e possa voltar ao pelotão rapidamente.

Finalizo, dando mais umas vezes os parabéns à organização, continue assim, o cicloturismo merece passeios destes, e da nossa parte esperamos poder voltar em 2018, na sua 3ª edição, num domingo com eleições, onde existiu tempo para pedalar e ir votar.

Até lá ficam os votos de bons passeios, boas pedaladas.

Fonte: Notícias do Pedal/Parceria FPCUB





 

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