sábado, 18 de fevereiro de 2017

“José Azevedo e o doping mecânico: «Pensamos que afinal já não se pode ganhar»”

Manager da Katusha não acredita no sistema dentro das equipas do World Tour

Por: Ana Paula Marques

Foto: Filipe Farinha

José Azevedo nega a existência do denominado doping mecânico na sua equipa, a Katusha, e também não acredita que o haja nas outras equipas do World Tour. "Existem bicicletas elétricas que são do conhecimento público e estão à venda. Logicamente têm um motor introduzido. Quanto às outras, de competição, não credito que existam no ciclismo de alta competição", disse-nos o manager da formação russa, referindo que o controlo, seja interno, seja o realizado pelo União Ciclista Internacional (UCI), também não deixa margem para batotas.

"Há um sistema da UCI, de pequenos aparelhos, tablets, que começou a ser testado o ano passado. Verificam-se as bicicleta, à partida e no final das etapas, essencialmente nos contrarrelógios. Há dois, três anos, introduzia-se um tubo no selim para detetar qualquer mecanismo, agora, são aparelhos com sensores que fazem esse trabalho". Depois há as regras das equipas, que impedem mesmo que qualquer ciclista, à revelia, possa pensar em usar motor. "O material, bicicletas, rodas e componentes, é todo das equipas. Nenhum ciclista traz uma roda, uma bicicleta que não seja propriedade das equipas. E todas têm contratos com marcas de bicicletas, patrocinadores e respeitam isso. Finalmente temos os mecânicos, que são mecânicos da equipa, e não deste ou daquele ciclista...".

A mesma opinião tem Hélder Gomes, um dos dois mecânicos portugueses na Cannondale. O outro é Jorge Queirós. "Não acredito que existe qualquer sistema no World Tour e mesmo nas equipas portuguesas. Talvez entre os cicloturistas...", frisou. "Não estou a imaginar colocarem-se em causa as marcas das bicicletas e no nosso caso até a equipa tem o nome de uma delas. Não acho que coloquem em causa o prestigio".

Mas o mecanismo dá vantagem a quem o usa? "Não creio que dê entre os que andam ao mesmo nível", rematou Hélder Gomes, há dois anos na Cannondale.

Foco negativo
Em suma, José Azevedo diz que o ciclismo sempre foi uma modalidade alvo para considerações negativas. "Dá-se demasiada importância a notícias que não merecem esse destaque. Deve-se, sim, é falar da parte desportiva. Chega-se a um ponto que nos questionamos: ‘Afinal já não se pode ganhar’. Sempre que alguém o faz, em vez de se destacar a capacidade física, o trabalho que foi feito, os sacrifícios, o empenho, destacam-se outras coisa. Parece que já não se pode ganhar, é preferível ser sempre segundo. Temos de ser nós, os da modalidade, os primeiros a descredibilizar todo este tipo de noticias". E como se faz isso? "Afirmando, mostrando como se trabalha nas equipas. Estamos aqui agora no contrarrelógio e todos podem ver os mecânicos a trabalhar, a trocarem rodas, a ver os andamentos, ver até o controlo às bicicletas que se faz à partida. Já é uma prática usual o controlo surpresa e por exemplo no contrarrelógio, vem um comissário e faz um scaner às bicicletas. Já é uma prática habitual, mais intensificada nos dois últimos anos".

José Azevedo finaliza, afirmando que não faz "ideia de como funciona o tal sistema, não me vou preocupar com o assunto, há coisas mais importantes".

Fonte: Record on-line

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