Ciclista português está no efetivo da Movistar para o Tour
Por: Lusa
Apesar de parecer que
"foi ontem" que iniciou a primeira grande Volta, Nelson Oliveira vai alinhar
na sua 22.ª, com o ciclista português a sentir mais responsabilidade dentro da
Movistar à partida para a 112.ª Volta a França.
"Já vão 22, parece que
foi ontem que comecei a minha primeira grande Volta. E, sim, é sempre uma
motivação estar mais uma vez numa grande Volta, especialmente o Tour. É das
corridas mais mediáticas e uma que qualquer ciclista gostaria de fazer algum
dia, e eu sinto-me um afortunado por ser a nona vez em que participarei",
confessou à agência Lusa.
Aos 36 anos, Nelson Oliveira é
o ciclista português com mais participações nas três 'grandes', um recorde que
começou a construir em 2011, com a estreia na Volta a Espanha, e que não para
de aumentar.
Ainda assim, e apesar da vasta
experiência em corridas de três semanas, o ciclista de Vilarinho do Bairro
(Anadia) sente "cada vez" mais responsabilidade.
"A maturidade é outra, a
idade também é outra. Acabo por ser um dos mais velhos na equipa e isso agrega
um bocadinho mais de responsabilidade, não só por ter de ensinar ou ajudar os
mais jovens naquilo que me for pedido, mas também em mim mesmo, por querer
fazê-lo ainda melhor do que nos outros anos", assumiu.
Invariavelmente, como nas suas
oito anteriores participações na Volta a França, que arranca no sábado, em
Lille, a meta de 'Nelsinho' é chegar a Paris, em 27 de julho.
"O objetivo, como sempre,
no meu caso que sou um gregário, será ajudar o nosso líder, que é o Enric Mas,
protegê-lo o máximo possível, e fazer aquilo que a equipa me pedir. Ao tentar
cumprir esse objetivo, pessoalmente é óbvio que espero ter a oportunidade de
poder entrar numa fuga", enumerou.
Eterno trabalhador de equipa
-- há 10 temporadas que representa a formação espanhola -, Oliveira procura
estrear-se a vencer no Tour, depois de já ter conquistado uma etapa na
Vuelta2015.
"Acho que virá essa
oportunidade. Disputar uma etapa é sempre algo que queremos e trabalhamos muito
para isso", pontuou.
Apesar de a Movistar estar a
correr de forma mais agressiva, um reflexo da juventude da equipa, o duas vezes
diplomado olímpico (foi sétimo no contrarrelógio em Paris2024 e Rio2016) lembra
que o propósito será levar Mas, três vezes 'vice' da Vuelta, ao top 10 da 112.ª
'Grande Boucle'.
"Esse é um objetivo bem
claro. Depois, como sempre, tentar ganhar uma etapa com os jovens que vão
estar. Com a mentalidade jovem que há por ali, esperamos que isso
aconteça", acrescentou.
Oliveira salienta que o
terceiro classificado da Vuelta2024 fez uma boa preparação, mas reconhece que
será difícil que Mas lute pelo pódio deste Tour.
"A concorrência cada vez
está mais forte e não é fácil, mas é uma prova de 21 dias e tudo pode
acontecer. É uma corrida bastante dura, mas penso que o principal ponto-chave é
a primeira semana. Temos de passar a primeira semana sãos e ilesos e daí para a
frente já chega a montanha. Aí é onde o Enric, se quiser estar perto do pódio,
tem de estar", analisou.
A primeira semana "vai
ser fundamental", na opinião do luso da Movistar, porque "vai ser
muito nervosa" e terá um contrarrelógio "bastante longo", de 33
quilómetros, que poderá fazer já "algumas diferenças".
"Depois, nos Pirenéus e
nos Alpes, certamente aí é onde vai haver maiores diferenças. Temos chegadas
míticas e aí é onde a dureza é maior. A chegada a La Loze, a cronoescalada
serão decisivas para a geral. E, depois, o cansaço. Depende de como cada um vai
recuperar dia após dia. E a última semana será mortífera", perspetivou à
Lusa.
Para o português, o
incontestável favorito à vitória final é Tadej Pogacar (UAE Emirates), o
campeão em título que vai procurar igualar os quatro triunfos na 'Grande
Boucle' do britânico Chris Froome.
"Acho que o único que o
pode bater nesta altura é o [Jonas] Vingegaard, mas certamente que na corrida o
principal favorito é ele, sem dúvida. Já vimos do que ele é capaz. É o alvo a
abater", declarou
O experiente Oliveira acredita
que o compatriota João Almeida, colega de Pogacar e quarto no Tour2024, é um
dos que poderá estar na luta pelo pódio, se aproveitar "todo o
trabalho" que a UAE Emirates fará para o esloveno.
"O João tem vindo a
demonstrar que é um dos melhores ciclistas do mundo em provas por etapas e já
deu também provas que numa prova de três semanas também consegue estar ali. Já
demonstrou o ano passado, ao estar perto do pódio, e acho que este ano, mesmo
trabalhando para o Pogacar, estará novamente", concluiu.
Fonte: Record on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário