Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A EF Education-EasyPost entra
em novembro de 2025 com um cenário preocupante: oito lugares por preencher no
plantel de 2026 e 11 ciclistas ainda sem contrato confirmado. Enquanto várias
equipas World Tour já definiram reforços e planos de pré-época, a estrutura
americana continua mergulhada num silêncio pouco habitual, alimentando dúvidas
sobre a sua estabilidade financeira e a capacidade para manter os seus líderes.
Um futuro
ainda em aberto
A dúvida principal é se a EF
está a guardar os anúncios para um momento estratégico, ou se enfrenta
dificuldades reais na renovação e contratação de ciclistas. À exceção de Ben
Healy e Neilson Powless, ambos especialistas em clássicas, a equipa carece de
líderes confirmados para 2026.
Healy brilhou esta temporada e
pode ser a principal referência, mas, num contexto de luta intensa pelos pontos
UCI, a EF precisa urgentemente de mais nomes capazes de somar vitórias e
consistência ao longo do calendário.
Saídas:
Rui Costa despede-se, Doull e Shaw partem
As baixas conhecidas são
curtas, mas significativas. Rui Costa, aos 39 anos, despede-se do ciclismo
profissional, encerrando uma carreira notável. Owain Doull transfere-se para a
Team Visma | Lease a Bike, onde deverá desempenhar o papel de gregário em clássicas
e terrenos planos.
Já James Shaw anunciou que não
continuará na equipa, deixando no ar a possibilidade de outros seguirem o mesmo
caminho.
“Para 2026 não sei onde
estarei ou o que estarei a fazer. Mais uma vez encontro-me a bordo do navio dos
corredores à procura de contrato”, escreveu no Instagram.
Entradas:
reforços promissores, mas sem líderes à vista
Os primeiros anúncios chegaram
apenas em novembro, um atraso invulgar para uma equipa World Tour. Segundo
fontes internas, o motivo poderá estar relacionado com limitações orçamentais,
semelhantes às que afetaram a Jayco AlUla.
Ainda assim, a EF assegurou
três contratações com potencial:
Luke Lamperti (Soudal -
Quick-Step), sprinter e aposta imediata.
Michael Leonard (INEOS
Grenadiers), jovem canadiano com perfil de rolador e contrarrelogista.
Matthias Schwarzbacher (equipa
de desenvolvimento da Emirates), um talento em ascensão.
O trio junta-se ao sprinter
Noah Hobbs, vencedor de etapa no Tour de l’Avenir, e a Mattia Agostinacchio, o
novo campeão do mundo júnior de ciclocrosse e campeão europeu sub-23. São, no
entanto, reforços para o futuro, e não soluções imediatas para resultados no
World Tour.
Carapaz
no centro das atenções
O grande ponto de interrogação
é Richard Carapaz. O equatoriano, que regressou ao melhor nível no Giro, com
uma vitória de etapa e lugar no pódio, ainda não confirmou a renovação. Com a
INEOS Grenadiers à procura de um líder para 2026, a EF enfrenta o risco de
perder a sua principal referência, sem tempo nem recursos para encontrar
substituto à altura.
Caso Carapaz saia, será um
golpe duro na estrutura e na moral da equipa. A relação próxima com Jefferson
Alexander Cepeda, também sem contrato, reforça os receios de uma dupla saída.
Jovens
incertos e veteranos em fim de ciclo
A incerteza estende-se a nomes
de futuro, como Archie Ryan, Lukas Nerurkar e Darren Rafferty, todos com menos
de 23 anos e potencial para crescer dentro da equipa. Nenhum deles assinou
ainda uma extensão.
Já Hugh Carthy e Esteban
Chaves, veteranos que há muito deixaram de ser protagonistas nas Grandes
Voltas, parecem ter os dias contados na estrutura. Também Jack Rootkin-Gray,
Jardi van der Lee e o japonês Yuhi Todome aguardam definição sobre o futuro.
Uma
equipa em risco de estagnação
Com o mercado a avançar
rapidamente, a EF corre o risco de ficar para trás. Os reforços jovens apontam
para um projeto de longo prazo, mas a ausência de líderes consolidados e a
falta de clareza sobre as renovações comprometem a ambição imediata da equipa.
O próximo mês será decisivo:
ou a EF consegue garantir Carapaz e um bloco competitivo para 2026, ou entrará
na nova temporada como uma das formações mais fragilizadas do World Tour,
dependente de promessas, e sem certezas.
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