Olímpica na pista em Tóquio2020 e Paris2024, Maria Martins tem o sonho de ter companhia em Los Angeles2028, o que seria possível através da qualificação de uma dupla no Madison
Por: Lusa
Foto: Comité Olímpico de
Portugal
Depois do título olímpico de
Rui Oliveira e Iúri Leitão em Paris2024, as ciclistas Maria Martins e Daniela
Campos mostram-se desejosas de cumprir o “sonho” de começar a competir no
madison, desígnio a trabalhar até Los Angeles2028.
Olímpica na pista em
Tóquio2020 e Paris2024, Maria Martins tem o sonho de ter companhia em Los
Angeles2028, o que seria possível através da qualificação de uma dupla no
madison, como aconteceu no masculino para os últimos Jogos Olímpicos, com o
sucesso conhecido – Oliveira e Leitão venceram essa corrida, com este último a
lograr a prata no omnium.
“Podermos levar duas atletas a
Los Angeles2028, no madison, seria um sonho, principalmente para a nossa
seleção, tão pequenina e tão humilde. É possível, já pensámos e já sonhámos
sobre isso”, diz à Lusa, nos Mundiais de ciclismo de pista em Ballerup, Dinamarca.
O selecionador nacional,
Gabriel Mendes, e ‘cérebro’ do projeto de pista que sai de Sangalhos para o
mundo, com seis medalhas em Mundiais até aqui e o sucesso olímpico recente, é
mais cauteloso, mas não nega a ambição.
“Se tivermos condições para
poder avançar nesse sentido, é um caminho necessário e que queremos fazer.
Estamos ainda a algum tempo do início do processo de qualificação”, lembra.
Para o técnico, “há um
trabalho a fazer e [um caminho a] percorrer”, porque apesar de confiar na
qualidade e competência das duas ciclistas, estas “não têm experiência no
madison em contexto de competição”.
“Está na nossa mente como
objetivo futuro”, declara.
‘Tata’ Martins alerta ainda
que “um percalço, um incidente” que possa ocorrer a uma das duas, como uma
lesão, “pode pôr em xeque o sonho” da qualificação, sem a possibilidade, como
no masculino, de outro corredor assumir a responsabilidade.
Prova disso é que, nestes
Mundiais em Ballerup, Iúri Leitão está ausente, com os irmãos Rui Oliveira e
Ivo Oliveira a assumirem os resultados, como muitas vezes no passado, um ‘luxo’
a que a dupla Martins-Campos não se pode dar.
Para Campos, competir no
madison é um desígnio de toda a seleção e “um objetivo bastante possível de se
vir a realizar”.
“É um objetivo de todos, em
equipa, para estar completa. Os rapazes também gostariam de ver uma equipa de
madison no feminino, e seria o realizar dos sonhos de toda a equipa”, refere.
Outro sonho, mais ambicioso, é
a participação no masculino de um quarteto na prova de perseguição por equipas,
que exige um esforço, financeiro e não só, que poderá ainda ser um ‘passo maior
que a perna’ para a realidade do país.
“Isso é um passo ambicioso,
que tem de ser avaliado, e que considero que, neste momento, não temos
condições estruturais para dar. Vamos ver as condições que teremos no futuro, e
em que ‘timing’ poderemos pensar num processo dessa natureza, que envolve mais
meios, mais recursos humanos, materiais e financeiros”, nota Gabriel Mendes.
Essa possibilidade,
acrescenta, implicaria “uma alteração significativa no projeto e estrutura
atual”.
Os Mundiais de ciclismo de
pista decorrem em Ballerup, na Dinamarca, até domingo, com uma seleção
portuguesa encabeçada pelo campeão olímpico do madison Rui Oliveira, incluindo
ainda Ivo Oliveira, Diogo Narciso, Maria Martins e Daniela Campos.
Fonte: Sapo on-line
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