segunda-feira, 26 de julho de 2021

“Clássica de Melgaço: Tiago Nunes triunfou em Castro Laboreiro”


Tiago Nunes conquistou a primeira edição da Clássica de Melgaço, uma corrida de 103 quilómetros, disputada entre o Largo da Feira de Melgaço e Castro Laboreiro. Além da camisola amarela "Discover Melgaço", o corredor da Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel venceu a camisola laranja - Cision (melhor júnior de primeiro ano).

Sérgio Saleiro (CC Barcelos/ AFF/Flynx/HM Motor) conquistou a camisola azul - Arrecadações da Quintã (melhor corredor de equipas inscritas na Associação de Ciclismo do Minho) e o Centro Ciclismo de Loulé a classificação coletiva.

Um pelotão de cerca de uma centena de ciclistas, em representação de 16 equipas, disputou a Clássica de Melgaço, prova de ciclismo de estrada destinada ao escalão de juniores, integrada no calendário nacional e pontuável para o Campeonato do Minho de Ciclismo de Estrada - Arrecadações da Quintã.


Promovida conjuntamente pela Associação de Ciclismo do Minho e pelo Município de Melgaço, a corrida foi organizada em condições de segurança e no cumprimento das orientações da Direção-Geral da Saúde e das normas concertadas entre aquela entidade e a Federação Portuguesa de Ciclismo.

Castro Laboreiro, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, consagrou o vencedor da primeira edição da Clássica de Melgaço, lado-a-lado com um dos mais ricos patrimónios pré-históricos do país que reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 Dólmenes (datados de há 5000 anos) e Cistas (monumentos megalíticos funerários).


As dificuldades da prova, entre as quais a longa subida até Castro Laboreiro, não intimidaram o pelotão júnior. As movimentações foram-se sucedendo ao longo de toda a corrida. Os mais persistentes na tentativa de ganhar foram Tiago Nunes e Miguel Martins (Centro Ciclismo de Loulé), dois juniores de primeiro ano. Os corredores abordaram os quilómetros finais em duo, mas, já na parte final, o ciclista da equipa penafidelense atacou para vencer em solitário.

Tiago Nunes cortou a meta ao fim de 3h15m08s, menos 5 segundos do que Miguel Martins. O terceiro, a 41 segundos e encabeçando o pelotão, foi Diogo Pinto (Academia Joaquim Agostinho/CYR/UDO).

O pelotão começou por percorrer por duas vezes um circuito que se iniciou no Largo da Feira, no centro de Melgaço. O traçado da prova incluiu passagens por Fonte da Vida, Capela Nossa Senhora da Orada (onde foi dada a partida real), EN202, Paderne, Alvaredo, Centro de Estágios de Melgaço, Rua Hermenegildo Soalheiro e Praça da República.


Após a última volta ao circuito, o pelotão seguiu em direção a Fiães, Pomares, Lamas de Mouro e Castro Laboreiro onde terminou a primeira edição da Clássica de Melgaço.

Tiago Nunes (Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel), Sérgio Monteiro (Academia Ciclismo de Paredes) e João Martinho (EC Bruno Neves) foram os primeiros a conseguir fugir ao pelotão, ainda na primeira das duas voltas ao circuito inicial, antes da abordagem a Castro Laboreiro.

Sérgio Monteiro acabou por descair e ser absorvido pelo pelotão pouco depois, mas o duo manteve-se na frente durante bastante tempo. Os fugitivos seriam apanhados antes de terminada a segunda volta ao circuito. É então que saltam do pelotão Miguel Martins (CC Loulé) e Luís Ribeiro (C.C.Barcelos/A.F.F./Flynx/H.M. Motor).

O duo conseguiu ganhar alguma vantagem, mas o pelotão, ao contrário do que fez na primeira fuga, reagiu e não permitiu que Miguel Martins e Luís Ribeiro aumentassem a vantagem. À entrada para a subida de Fiães, que acabou por fazer a primeira seleção no pelotão, Luís Ribeiro descaiu e, em perseguição a Miguel Martins, saíram do pelotão Tiago Nunes (Silva & Vinha / ADRAP / Sentir Penafiel) e Diogo Pinto (Academia Joaquim Agostinho / CYR/UDO).


Diogo Pinto não conseguiu acompanhar o ritmo de Tiago Nunes e Miguel Martins que se mantiveram juntos até muito perto da meta. A cerca de 500 metros da linha final, Tiago Nunes atacou e não obteve resposta de Miguel Martins. O jovem ciclista de Penafiel sagrou-se assim o vencedor da primeira edição da Clássica de Melgaço, assegurando também a vitória na Classificação da Juventude (Camisola Laranja – Cision), uma vez que é júnior de primeiro ano.

Miguel Martins foi o segundo classificado, a cinco segundos do vencedor, enquanto Diogo Martins terminou em terceiro. Sérgio Saleiro (C.C.Barcelos/A.F.F./Flynx/H.M. Motor), quinto lugar na geral individual com o mesmo tempo do terceiro classificado, arrecadou a Camisola Azul – Arrecadações da Quintã, atribuída ao melhor atleta de equipas da ACM. Por equipas venceu o Centro Ciclismo de Loulé, enquanto o C.C.Barcelos/A.F.F./Flynx/H.M. Motor foi segundo e o Bairrada terceiro.

 

Tiago Nunes: “Estou bastante feliz”

 

“Estou bastante feliz com esta vitória porque é uma conquista muito grande. Já estava há algum tempo a rondar o primeiro lugar, mas só tinha conseguido ser terceiro e segundo, mas finalmente surgiu a vitória. Estou sem palavras e estou bastante feliz com isso”, afirmou o vencedor da Clássica de Melgaço.

Tiago Nunes entrou na prova decidido a ganhar, tendo encetado uma fuga nos primeiros quilómetros da competição e voltou a destacar-se na subida ao Castro Laboreiro. “O meu objetivo sempre foi a vitória. Era um percurso que se adaptava bem às minhas características, eu adoro subir e esta parte final para mim era um mimo. Quando vi o percurso tracei como objetivo a vitória”.

 

Sérgio Saleiro: “Não estou satisfeito. Vinha para ganhar”


 

Sérgio Saleiro (CC Barcelos/ AFF/Flynx/HM Motor) foi o melhor corredor minhoto (camisola azul - Arrecadações da Quintã), terminando na quinta posição da geral, mas o ciclista barcelense confessa que queria mais.

“É obvio que eu queria mais. Não estou satisfeito com o quinto lugar, nem com o facto de ser o melhor minhoto. Eu queria ganhar a corrida. Foi com essa ideia que eu vim para a aqui, mas foi como se desenrolou a corrida e eu tentei fazer o meu melhor”, disse Sérgio Saleiro.

Sobre a corrida em si, o ciclista de Barcelos considerou que “a parte pior foram as subidas, mas a última fez-bem, em bom ritmo e tranquilo”.

Sérgio Saleiro considera que a Clássica de Melgaço "é uma boa corrida". "Acho que podiam continuar a fazê-la porque é uma prova dura e exigente, que reparte muito os atletas e determina quem são os melhores”, disse o ciclista de Barcelos embora tenha "pena de não se ter realizado o Grande Prémio do Minho, que considera "uma corrida diferente, por etapas, que nos permitiria preparar melhor a Volta a Portugal”.

 

José Adriano Lima: “Balanço altamente positivo”

 

José Adriano Lima, Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Melgaço, faz um “balanço altamente positivo" da Clássica de Melgaço, assinalando o facto da prova ter sido "do agrado de todos, nomeadamente, dos ciclistas, que são no fundo os grandes protagonistas deste evento”.

“Eu também percebi que a subida a Fiães que maçou o pelotão e depois esta subida a Castro Laboreiro, que já era conhecida deles. É uma subida muito bonita, mas também dura. O tempo ajudou e tivemos aqui um grande dia para o ciclismo”, referiu o autarca.

A Clássica de Melgaço cativou todos quantos participaram na prova e José Adriano Lima “Melgaço tem grandes condições para realizar grandes eventos". "Temos feito muitos eventos e na área do ciclismo temos uma grande tradição. Penso que temos condições, se assim for o entendimento das partes envolvidas, para que esta prova fique no calendário, independentemente, do que acontecer com o Grande Prémio do Minho (GPM)”, afirmou o também Presidente do Conselho de Administração da Melsport explicando que "esta prova foi criada quase que como uma prova substituta do GP Minho. Mas claro que não descartamos que venha a ficar. Se calhar Melgaço até merecia ter uma prova, uma Clássica como esta e quem sabe ganhar outra expressão e com outras escalões etários. É uma questão que temos de discutir entre todas as partes, nomeadamente, com a ACM e FPC”.

José Adriano Lima lembrou que com a realização destes eventos desportivos, o Município pretende levar o nome de Melgaço cada vez mais longe. “Fazer eventos que estão incluídos em competições é sempre prestigiante para o concelho, confere notoriedade e acaba por projetar o concelho seja como um todo, seja como turismo desportivo. Não podemos esquecer que Melgaço tem um complexo desportivo, muito procurado para fazer desporto, não tanto para a área do ciclismo, mas também cada vez mais para o ciclismo. Nestes anos todos temos notado que cada vez mais somos procurados por ciclistas que vêm fora das competições ou para treinar ou para passar uma semana de férias com a família, mas como são atletas aproveitam as nossas excelentes condições para treinar”, explicou.

 

José Luís Ribeiro: “Temos o propósito de voltar a trazer à estrada o GP Minho

 

José Luís Ribeiro, Vice-presidente da Direção da Federação Portuguesa de Ciclismo, marcou presença em Melgaço e salientou que “esta Clássica de Melgaço foi um êxito desportivo e organizativo para o qual muito contribuíram, de forma muito decisiva os clubes, os atletas, a Associação de Ciclismo do Minho, o Colégio de Comissários e, sobretudo, o apoio da Câmara Municipal de Melgaço, que nunca disse não ao ciclismo e tem sido um parceiro de excelência para a realização de provas de ciclismo neste magnífico concelho”.

Esta será uma prova para continuar no calendário nacional? “Esta Clássica de Melgaço resulta de uma reinterpretação do GP Minho, concertada com o Município de Melgaço. A seu tempo vamos analisar, mas temos também esse grande propósito - quer em termos de Federação e penso que em termos de Associação de Ciclismo do Minho -, no sentido de voltar a trazer à estrada o GP Minho e, nomeadamente, com a presença de Melgaço”.

Com todo o historial e tradição do GP Minho é fundamental manter o GP Minho? “É fundamental ter provas por etapas, o GP Minho faz parte do património do ciclismo e não só do Minho, mas também do país, e é muito importante que regresse à estrada”.

José Luís Ribeiro mostrou-se bastante satisfeito com a realização da Clássica de Melgaço: “estamos muito satisfeitos. Organizar provas neste contexto é uma missão extremamente complexa pois temos que reduzir ao mínimo os possíveis riscos. Tem sido um desafio constante, é um trabalho muito exigente e chegar ao fim e verificar-se que o resultado é positivo e as coisas correram muito bem é, obviamente, motivo de grande satisfação”.

A Clássica de Melgaço organizada pela Associação de Ciclismo do Minho e pelo Município de Melgaço, contou com o apoio da Federação Portuguesa de Ciclismo, Melsport, Cision, Arrecadações da Quintã, POPP Agency, Navega Rías Baixas, Raiz Carisma - Soluções de Publicidade, Ciclismo a Fundo, Águas do Caramulo, Strong Speed, Auto Terror, Jopedois e Cuidar Mais - Clínica Médica e Fisioterapia.

Fonte: ACM - Associação de Ciclismo do Minho

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