Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
À medida que a Volta a França
de 2025 entra no seu bloco mais exigente, com o Mont Ventoux no horizonte e os
Alpes à espreita, os organizadores da corrida estão a reforçar um apelo claro e
direto aos adeptos: comportem-se com responsabilidade. A emoção do momento não
pode sobrepor-se à segurança dos ciclistas, nem comprometer o desenrolar da
prova.
Com milhares de pessoas a
deslocarem-se para os locais emblemáticos da prova, sobretudo nas etapas de
montanha, a tensão cresce não apenas nas pernas dos corredores, mas também nas
margens da estrada. E é precisamente aí que os organizadores veem sinais preocupantes.
“Não façam nenhuma estupidez”
Esta é a mensagem clara lançada esta semana pelas autoridades da corrida. Um
aviso sem rodeios, destinado a todos os que planeiam assistir à prova ao vivo,
especialmente nas subidas estreitas e inclinadas onde o espaço é escasso e o
risco é elevado.
O historial recente justifica
o tom. Há poucos dias, um adepto mal posicionado foi atropelado por um carro da
equipa INEOS, num incidente que poderia ter tido consequências bem mais graves.
Não foi o primeiro caso do género e é isso que a organização quer evitar a todo
o custo.
Regras
simples, mas cruciais
O Tour reforça cinco regras
básicas para garantir que a festa do ciclismo não se transforma num pesadelo:
Não tocar nos ciclistas. Mesmo
um gesto aparentemente inofensivo pode desequilibrar quem pedala no limite.
Não acender tochas. O fumo
compromete a visibilidade e pode causar quedas, como já se viu noutras edições.
Não aproximar telemóveis da
cara dos ciclistas. O fenómeno das selfies pode ser fatal quando feito a
escassos centímetros de quem sobe a 10 km/h.
Não entrar na trajetória da
corrida. A estrada é dos ciclistas, não de quem a atravessa em busca de
protagonismo.
Evitar bandeiras mal
colocadas. Panos que se soltam ou escondem obstáculos já provocaram quedas com
impacto direto na corrida.
São recomendações simples, mas
essenciais para que a prova decorra com normalidade. Basta um momento de
distração (ou de ego) para que uma etapa histórica acabe com ciclistas no chão
e ambulâncias na estrada.
Mont
Ventoux e fim de semana decisivo
O alerta ganha ainda mais peso
com o regresso do Mont Ventoux ao Tour, cenário de fervor popular, paixão sem
limites... e caos, por vezes. As imagens de espectadores em euforia excessiva
nesta subida lendária fazem parte do imaginário do ciclismo moderno, mas também
dos seus piores episódios. Por isso, a mensagem não poderia ser mais direta:
este entusiasmo tem de ter limites.
Com mais duas etapas alpinas e
a chegada final em Paris a fechar a corrida, o apelo é reiterado com urgência.
Não é apenas uma questão de respeito pelos ciclistas, é uma questão de
segurança, de desportivismo e de decência.
O Tour é dos fãs, mas também e
sobretudo de quem o corre. Que o espetáculo seja inesquecível, pelas melhores
razões.
Pode visualizar este artigo
em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/organizacao-do-tour-lanca-apelo-aos-adeptos-para-a-terceira-semana-da-corrida-nao-facam-nenhuma-estupidez
Sem comentários:
Enviar um comentário