Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Não é ciclista, mas o seu nome
será inevitavelmente repetido nas próximas semanas. Alex Carera, o influente
agente italiano por trás da agência A&J All Sports, é uma figura central
nos bastidores do pelotão. Com clientes como Tadej Pogacar, está profundamente
envolvido no mundo das transferências do ciclismo e, com a abertura oficial da
janela agendada para 1 de agosto, já antecipa movimentos decisivos.
Para Carera, o conceito de
“período de negociações” já não tem validade. "Não, isso já não existe.
Claro que as regras da UCI estipulam que os anúncios apenas podem ser feitos
após 1 de agosto, mas as negociações acontecem muito antes disso", revelou
ao Bici.pro.
Um dos sinais mais visíveis
dessa antecipação é o comportamento das equipas face aos jovens talentos. “Hoje
em dia, quem tem um jovem ciclista promissor não espera pelo fim do contrato.
Começa a negociar a renovação com um ano de antecedência”, explica. E dá um
exemplo concreto: "Veja-se Giulio Pellizzari, que tem contrato com a Red
Bull – BORA até 2027. Após o que fez na Volta à Itália, já se discute o seu
futuro."
A urgência é tal que a janela
informal de contactos começa cada vez mais cedo. “Se um ciclista importante
termina contrato a 31 de dezembro de 2026, quem espera por essa data já o
perdeu em outubro de 2025. Até lá, outra equipa já terá garantido um pré-acordo.”
Outro fenómeno em ascensão são
as cláusulas de rescisão. À semelhança do que se passa no futebol, também o
ciclismo está a adaptar-se a uma maior mobilidade contratual. “Casos como os de
Cian Uijtdebroeks e Maxime Van Gils mostram como a lei belga permite que um
atleta se liberte mesmo sem cláusula, sobrepondo-se às regras da UCI. Por isso,
hoje as equipas tentam proteger-se, e nós também, através de cláusulas que
salvaguardam os jovens ciclistas.”
Ao já complexo jogo de
negociações junta-se ainda a luta por pontos no ranking UCI, crucial para a
permanência no WorldTour. “Equipas como a Cofidis, a Picnic–PostNL, a
Intermarché–Wanty, a Arkéa–B&B Hotels e a Jayco–AlUla fazem avaliações
específicas sobre o valor pontual que um ciclista pode trazer ao longo do ano.
O foco está em garantir a manutenção no World Tour”, sublinha o agente.
Olhando para o próximo
mercado, Carera aponta para potenciais protagonistas. “Espero reforços sonantes
na INEOS Grenadiers. É uma grande equipa, mas com algumas lacunas. Creio que
vão investir finalmente num núcleo jovem, porque são uma das poucas equipas sem
uma verdadeira equipa de desenvolvimento.”
Contudo, é nas equipas em
risco de despromoção que o mercado pode incendiar. Com lugares por preencher e
a necessidade urgente de somar pontos, algumas formações vão atuar de forma
agressiva a partir de 1 de agosto. “A saída de Romain Bardet da Picnic abre
espaço. O mesmo se aplica à Intermarché e à Cofidis. São as três equipas que,
com maior margem orçamental e urgência de pontos, podem agir para tentar salvar
o que ainda for possível.”
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