Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com/
Rubén Guerreiro este presente
no podcast "Ontem já era tarde" da SIC Notícias, onde abordou os mais
variados temas da sua carreira ciclística, abordando temas que vão desde os
seus tempos de miúdo, passando pelas primeiras pedaladas como ciclista federado
em BTT, recordando o ano em que foi o rei da Montanha na Volta a Itália de
2020, até aos dias de hoje, onde cumpriu mais uma época ao serviço da equipa
espanhola da Movistar Team.
O Cowboy de Pegões abraçou a
modalidade como federado após ter desistido do futebol "Fiz a formação no
Samora Correia" confessou, passando por outras equipas até aos 14 anos,
quando descobriu que não era no futebol que encontrava a felicidade, mas em
cima das duas rodas " O meu pai era praticante de ciclismo. Se eu falasse
da Volta a França com os meus amigos, ficava a a falar sozinho. Só gostavam de
futebol. Eu já fazia umas meias-maratonas e maratonas com a malta que gosta de
andar de bicicleta ao domingo como não federado, mas foi aos 15 anos que fiz a
minha primeira corrida como federado."
Emigrou cedo, para a equipa de Axel Merckx, porque " fui com 20 anos para fora, tive pessoas que me ajudaram e fui para os estados unidos, onde fiz a minha formação onde pude competir com os melhores ciclistas do mundo de sub-23 e alguns elites o que foi fundamental para o meu desenvolvimento. Se não tivesse dado esse passo não chegaria onde estou hoje" reconhecendo que " há uma diferença enorme entre o estrangeiro e Portugal nesta modalidade"
Na Volta a Itália de 2020
brilhou nas montanhas transalpinas, conquistando a camisola azul, símbolo de
líder da montanha" gosto mais de descer", ri-se. "Se estiver em
boa forma gosto de subir. É preciso estar mesmo no ponto em termos atléticos,
físicos e mentais. Tens de ter estes três tipos de características, mais a
bicicleta e a equipa à tua volta, ter tudo perfeito para seres competitivo ao
mais alto nível"
" A vida de um ciclista
profissional é muito rigorosa, não posso ir a uma noitada porque senão o corpo
vai pagar por essa noite durante semanas" relembra, para " Não
podemos comer o que nos apetece. A nutrição é fundamental, porque depende de
ciclista para ciclista a nível de carboidratos, se és sprinter, trepador,
contrarrelogista", disse.
A conversa passou por Tadej
Pogacar, que fez uma ´época fantástica, e as comparações que existem com
Merckx, sendo instado a comentar sobre qual é a posição que o ciclista esloveno
ocupa no ciclismo. "Os resultados estão à vista. Fez uma das melhores
épocas de sempre da história.
Lance
Armstrong era o meu ídolo de criança
Eu conheci-o bastante novo,
nunca foi meu colega, mas víamos logo que ele era diferente, estava ali um
talento. Corri contra ele várias vezes e só lhe ganhei uma vez. Víamos logo que
estava ali um talento fora do normal e o facto é que ele tem evoluído de ano
para ano. Bate-se nas Clássicas de um dia, nas corridas de uma semana, ganha as
Grandes Voltas, é realmente um dos grandes do ciclismo."
Sobre as suspeitas sobre
doping que recaem sobre Pogacar, por ganhar tudo, um pouco à imagem dos tempos
de Armstrong, será que não estrará o ciclista da UAE a ter uma "ajuda
divina", Guerreiro é sintomático a responder. "Como o ciclismo é uma
modalidade tão bruta e tão imprevisível, temos sempre aquela ideia, aquela
vozinha a desconfiar. O Armstrong deixou um buraco enorme, porque ele era mais
que um ciclista, era um vencedor na vida por causa de uma doença muito grande
que teve (cancro nos testículos ed.) e fazia o contacto com os media como
ninguém. Ele era uma bandeira, era muito inteligente. A forma como saiu foi
horrível e deixou um buraco enorme na modalidade"
"O Lance Armstrong era
como um herói de cinema. Uma referência por tudo aquilo que conseguiu alcançar
no ciclismo e também fora dele. Senti que o meu herói tinha mentido toda a
vida”, lamenta Ruben Guerreiro.
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