Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A 16.ª etapa da Volta a França marca o arranque da última semana com um percurso praticamente plano até ao desafio final: a temida ascensão ao Mont Ventoux. É o regresso do Géant de Provence à corrida quatro anos depois da última visita, quando Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar protagonizaram um duelo inesquecível nas suas rampas impiedosas. A expectativa é máxima para este primeiro grande embate decisivo na luta pela classificação geral.
Antevisão
da 16ª etapa
O dia começa em Montpellier e desenvolve-se ao longo de terreno exposto, susceptível à formação de abanicos caso se faça sentir vento lateral. As equipas terão de estar atentas e bem colocadas para evitar surpresas antes da subida final. Se as condições se mantiverem calmas, é provável que o pelotão controle o ritmo até ao início do Ventoux. Será uma chegada reservada aos grandes nomes da montanha, com os favoritos a terem de mostrar todo o seu poder numa das mais icónicas subidas do ciclismo mundial.
O Mont Ventoux tem uma média
de quase 9% ao longo de quase 16 quilómetros, mas isto já depois de alguns
quilómetros de falsos planos. Uma montanha para trepadores puros.
É esperado muito calor durante todo o dia, inclusive na subida final. Teremos vento frontal moderado nos últimos quilómetros da subida e com a estrada exposta, deverá fazer uma diferença significativa.
Os
Favoritos
Visma - A opção mais plausível passará por colocar um elemento na fuga do dia, na esperança de que esta possa vingar, embora essa hipótese seja remota. No final, será inevitável que Jonas Vingegaard tenha de enfrentar Pogacar frente a frente nas rampas do Mont Ventoux. Em teoria, a tipologia da subida favorece Vingegaard, mas a realidade actual mostra um Pogacar em melhor forma nas subidas. O cenário mais favorável para a Visma poderá ser manter o esloveno por perto até ao topo. Ainda assim, não seria surpreendente ver Vingegaard tentar um movimento ofensivo antes da zona mais exposta e íngreme da montanha, numa ten Tadej Pogacar - Também do lado da UAE, o plano táctico para este dia não será muito exigente. Se Tadej Pogacar se apresentar com boas pernas, poderá simplesmente seguir Jonas Vingegaard na subida ao Mont Ventoux e, caso se sinta confortável, lançar um ataque nos quilómetros finais para ampliar ainda mais a sua vantagem na geral.
Independentemente do cenário,
o esloveno parte como o grande favorito para esta etapa e, se a equipa decidir
controlar o ritmo desde o início, tem todas as condições para transformar o dia
numa vitória. Uma chegada vitoriosa envergando a Camisola Amarela no topo de
uma das montanhas mais icónicas da Volta a França seria não só mais um golpe
psicológico nos adversários, como também um momento de prestígio pessoal que
Pogacar seguramente desejaria adicionar ao seu palmarés. tativa de surpreender
o seu rival.
Luta pela CG - Não se esperam
grandes movimentações ofensivas neste dia. A maioria dos ciclistas dentro do
top 10 parece satisfeita com as suas posições actuais e, salvo um dia
extraordinário de algum corredor inspirado, o cenário deverá ser de contenção.
Além disso, o regresso à competição após o segundo dia de descanso pode afectar
o rendimento de alguns, o que naturalmente contribui para uma abordagem mais
conservadora.
Florian Lipowitz está a viver
uma verdadeira aventura nesta Volta a França e, com o pódio praticamente
consolidado, não tem qualquer incentivo para arriscar. Com Primoz Roglic a seu
lado, poderá contar com um apoio valioso para manter o grupo dos favoritos
compacto. Para o próprio Roglic, uma etapa com subida única como esta pode ser
ideal para fazer uma boa exibição, sem pressões acrescidas.
Oscar Onley, actual quarto
classificado, está já a superar todas as expectativas e o mesmo se aplica a
Kévin Vauquelin, em quinto. Ambos poderão adoptar uma postura defensiva,
conscientes de que manter estas posições seria já um feito notável. Félix Gall,
por sua vez, é sétimo na geral e foi “o melhor dos humanos” na chegada a
Superbagnères. Sendo um bom trepador e com uma equipa forte, o austríaco pode
ser um dos poucos com margem para tentar agitar a corrida nesta jornada.
Fuga - Com um início plano, os
trepadores partem em desvantagem no momento da formação da fuga, sendo
obrigados a depender do apoio de roladores ou sprinters das suas equipas para
se manterem na frente até ao inicio do Mont Ventoux. A luta pela fuga deverá
ser intensa, com diversas combinações a tentarem vingar.
Este tipo de perfil pode
permitir o aparecimento de nomes menos habituais em dias de alta montanha. Será
natural vermos algumas caras diferentes daquelas que brilharam nos Pirenéus. Um
dos candidatos a tentar algo será certamente Lenny Martínez, cujo perfil
encaixa na perfeição para um final como este. No entanto, mesmo para um talento
como o francês, integrar a frente de corrida e resistir até ao final será uma
missão árdua, face à dureza da subida e ao provável controlo por parte das
equipas dos favoritos
Thymen Arensman é outro nome
óbvio depois da sua vitória em Superbagnères. Ben O'Connor, Sepp Kuss, Simon
Yates, Cristián Rodríguez, Enric Mas, Einer Rubio, Sergio Higuita, Warren
Barguil, Aleksandr Vlasov, Alexey Lutsenko, Harold Tejada, Michael Storer,
Valentin Paret-Peintre e Michael Woods são todos grandes nomes a ter em
consideração.
Previsão
16ª etapa da Volta a França 2025:
*** Tadej Pogacar, Lenny
Martínez
** Jonas Vingegaard, Thymen
Arensman, Michael Woods, Aleksandr Vlasov
* Florian Lipowitz, Felix
Gall, Primoz Roglic, Oscar Onley, Tobias Johannessen, Sepp Kuss, Einer Rubio,
Warren Barguil, Harold Tejada, Valentin Paret-Peintre
Escolha: Tadej Pogacar
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