Apesar de um pouco molhado, um passeio cheio de energia, que era galardoado hoje
Por: José Morais
Fotos: Arquivo Revista
Notícias do Pedal
Este domingo 20 de julho, foi para a estrada o 32º passeio de cicloturismo de Trajouce, num trajeto de cerca de 50 quilómetros, percorridos pelo concelho de Cascais, numa organização do Grupo Musical e Desportivo 9 de Abril.
Com o São Pedro a fazer uma
partida logo pela manhã, o domingo acordou chuvoso, e pelas 7 horas da manhã
quando nos preparávamos para colocar o material na mota de reportagem, a chuva
caia abundantemente, o que impediu a saída, e não foi possível marcar presença,
para os tradicionais diretos, as fotos e descrever todo o evento, o que
lamentamos.
Trajouce, é sem dúvida um grande passeio de referência, uma das clássicas da modalidade, sendo um dos grupos que atualmente ainda vai sobrevivendo às dificuldades de colocar um evento cicloturistico na estrada.
E baseado na clássica que é este evento, na resistência do mesmo às dificuldades atuais, e na carolice de muitos, que anualmente colocam o passeio na estrada, e baseada nessa carolice, “Trajouce”, é um dos grupos que faz parte este ano da atribuição da nossa Revista Notícias do Pedal, do “Galardão dos Carolas”, que não podendo ter sido entre hoje, o mesmo será entregue em cerimónia no próximo domingo em Palmela.
O passeio deste ano contou com
cerca de duzentos participantes, com a primeira parte do passeio a ser feito
com chuva, mas com algum calor, sendo depois a partir do guincho o resto
percorrido com sol.
No final, não faltou o
tradicional petisco, como a entrega de lembranças alusivas ao evento, com a
promessa de voltar em 2026, com a realização do 33º passeio.
Até ficam os votos de bons
passeios, boas pedaladas.
Um pouco
de história:
Trajouce, situada na freguesia de São Domingos de Rana, em Cascais, tem raízes históricas que remontam aos primeiros anos da nacionalidade, sendo referida como parte de um nobre senhorio, na região de Sintra, no século X. Documentos do século XIV mencionam a localidade em cartas de venda e arrendamento de propriedades, indicando sua existência desde essa época. A localidade, inicialmente conhecida como Targousse, passou por diversas transformações, incluindo a construção de uma igreja dedicada a São Lourenço, que foi destruída pelo terramoto de 1755. O nome Trajouce, embora sua origem seja incerta, aparece em documentos como parte de um conjunto com Abóboda, com apenas 11 casas em 1527.
Mais tarde, Trajouce sofreu
impactos devido à construção da lixeira de Trajouce e à proliferação de
construções ilegais, especialmente em Quenena, uma área adjacente. Esses
fatores levaram à degradação do património tradicional e à alteração da
qualidade de vida na região. A Câmara Municipal de Cascais chegou a classificar
Quenena como Área Urbana de Génese Ilegal, mas atualmente está em andamento um
processo de revitalização urbana, paisagística e patrimonial.
Além disso, Trajouce possui o
Grupo Musical e Desportivo 9 de Abril, fundado em 1931, que desempenha um papel
importante na comunidade local através de atividades musicais, desportivas e
beneficentes. O bairro também conta com a horta comunitária e espaço verde do
Jardim do Lavadouro, fruto de um projeto de requalificação que transformou a
área anteriormente abandonada. A história de Trajouce, portanto, é marcada por
suas origens medievais, desenvolvimento ao longo dos séculos, e desafios
relacionados ao crescimento urbano e à preservação do seu património.
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